O Panamá é um país surpreendente sob todos os olhares. A começar pela sua geografia peculiar – o seu território, de tamanho equivalente aos dos estados da Paraíba e de Sergipe somados, se distribui por um itsmo, ou seja, uma faixa de terra que divide os oceanos Atlântico e Pacífico (não é preciso dizer que tem praia para todos os gostos).
Cortado por cadeias de montanhas, banhado pelo Caribe e vizinho à Amazônia colombiana, tem uma combinação de fatores que produziu vários ecossistemas únicos, tanto que seu nome, nas línguas indígenas locais, significa “terra de peixe, árvore e borboleta”.
Foram estas características muito específicas que propiciaram a construção de um dos maiores feitos da engenharia, o Canal do Panamá, que liga os dois oceanos por meio de comportas que se enchem e se esvaziam para dar acesso a grandes navios que atravessam um lago artificial para chegar ao outro lado. São menos de 80 km entre o Pacífico e o Atlântico, enquanto antes da obra as embarcações precisavam contornar a América do Sul, o que aumentava as viagens em 15 mil km.
O canal começou a ser construído pela França ainda no século XIX, que abandonou o projeto pelo alto custo e pelas muitas mortes nos canteiros de obras. Concluído pelos Estados Unidos em 1914, a região foi apropriada pelos estadunidenses, que controlavam o comércio local e impediam os panamenhos de acessar a área. Somente nos anos 1970 a administração passou a ser conjunta e atualmente é integralmente panamenha.
Um dos primeiros locais a ser colonizado pela Espanha na América, o Panamá, possui um charmoso parque arquitetônico histórico, o Casco Viejo, tombado pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade. Esta região abriga os melhores eventos e possui inúmeros restaurantes badalados e hotéis boutique.
Com uma economia voltada para os serviços financeiros, comércio e turismo, sua capital, a Cidade do Panamá, é considerada a Dubai da América Latina, devido à constante mudança no seu skyline, que a cada dia recebe um grandioso empreendimento imobiliário ou turístico. Com uma população fixa próxima a 1,5 milhão de pessoas e milhares de turistas o ano todo, é uma das maiores e mais movimentadas cidades da América Central.
A parte nova é ligada ao Casco Viejo por outra atração do Panamá, a Cinta Costera, um parque que margeia o Pacífico e é uma ótima opção para quem quer dar um passeio de bicicleta e ver vistas de tirar o fôlego, tanto para a parte antiga quanto para a nova. No meio do caminho está o Mercado de Mariscos. Simples, mas com ótimo atendimento e peixes e frutos do mar fresquíssimos, os quiosques oferecem preparo na hora, a exemplo do nosso Mercado de Peixes da Beira da Mar.
Falando em mar, no outro lado do Panamá – o que não significa muita coisa, pois o país pode ser cruzado de carro em cerca de duas horas – não deixe de conhecer o arquipélago San Blas, com 360 ilhas de água cristalina. Os estabelecimentos nas ilhas, consideradas propriedades dos índios Kuna, são mais rústicos do que os da capital, mas não por isso menos charmosos, além de ter o diferencial do pé na areia. Também é possível pernoitar em veleiros, que têm a vantagem de passar por ilhas menos procuradas por turistas.
Outra atração imperdível é o Biomuseu, o único projeto do renomado arquiteto canadense Frank Ghary na América Latina. Em quatro mil metros quadrados, os visitantes conhecem a diversidade biológica do Panamá e o impacto que a elevação do itsmo há três milhões de anos provocou no clima de toda a Terra, ao alterar as correntes marítimas.
Além disso, o Panamá sabe como agradar o turista: o dólar é aceito em qualquer lugar, tanto que o dinheiro panamenho, Balboa, só existe em moeda, não tem cédula; há vários restaurantes sofisticados e cassinos; shoppings grandiosos e muitas lojas populares de bugigangas, do tipo “R$ 1,99”; muitas lojas com variedade e preços quase iguais aos de Miami (EUA) e a Zona Livre de Colón, considerada a segunda maior zona livre de impostos do mundo, atrás apenas de Hong Kong.
Obviamente, um país que cresceu a partir de um mega investimento em logística, como é o Canal do Panamá, não é nada difícil de chegar. Seu maior aeroporto, o Tocumen, é considerado o “hub das Américas” devido a sua localização estratégica. A maior companhia aérea do país, Copa Air Lines, oferece voos a partir de 78 cidades em 32 países, incluindo um voo semanal a partir de Fortaleza. Pesa a favor da companhia o reconhecimento pela FlightStates como a mais pontual das américas pelo quinto ano consecutivo e a quarta mais pontual do mundo.
DICAS
– Para se locomover na Cidade do Panamá, alugue carro (o preço é razoável), use Uber ou acerte com antecedência o valor do taxi, pois os carros não têm taxímetro e a maioria faz corrida compartilhada. O metrô é novo e serve bem à população local, mas não possui muitas estações em pontos de relevância turística. Para quem quer se aventurar a se deslocar como um panamenho, a dica é pegar os ônibus escolares antigos, importados dos Estados Unidos, que funcionam como transporte alternativo.
– O Panamá não exige visto para estadia inferior a três meses, apenas o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), para comprovar imunização contra a febre amarela.
– Existem muitas e boas opções de compras fora da zona franca, então compensa ir somente para comprar muita coisa, até porque a maioria das lojas vende no atacado. A grande maioria providencia a entrega do produto na casa do comprador ou nos hotéis.
– O clima do Panamá é tropical úmido e por isso faz calor e chove bastante o ano todo, principalmente na costa do Caribe. Os meses mais secos são entre janeiro e abril.
SERVIÇO
– Copa Air Lines: www.copaair.com
– Visit Panamá: www.visitpanama.com