À frente da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Ceará (Fecomércio), o farmacêutico e empresário Maurício Filizola prepara grandes novidades da entidade para comemorar os 70 anos da entidade, completados em 2018.
Eleito vice-presidente nas últimas eleições da federação, realizadas em maio, Filizola assumiu a presidência devido à convocação do titular, Luís Gastão Bittencourt, para assumir a reestruturação da Confederação Nacional do Comércio (CNC), prometendo a continuidade das ações que já vinham sendo realizadas.
O presidente da federação que gere instituições de peso, como Sesc, Senac e IPDC, tem como objetivo inaugurar uma unidade modelo em Fortaleza, localizada na avenida Desembargador Moreira, que deve ser inaugurada em março de 2019; além de ampliar e modernizar os cursos profissionalizantes e inaugurar novas unidades do Sesc e do Senac e implementar uma faculdade.
Em 2018, a Fecomércio Ceará completará 70 anos de fundação. Quais são as ações em alusão à data?
Temos feito várias ações em alusão aos 70 anos da Fecomércio desde janeiro. A que vai coroar é a Mostra Cariri, em novembro, que está na vigésima edição e conta com a participação de 28 municípios, mostrando a riqueza e a pluralidade da região tanto no aspecto econômico quanto cultural, com exposições, atrações musicais e muitas outras coisas. A gente tenta sempre trazer para a sociedade essas ações, além das permanentes (Ciclo Sesc com 52 mil participantes, 4 mil só em Fortaleza), que envolve a questão da saúde, da aproximação com a família e também social, levando a sociedade a ter um outro olhar para a cidade.
É a essência da criação da entidade. Foi a partir do pós-guerra que o empresariado percebeu a necessidade de promover saúde, cultura, formação e lazer para os seus trabalhadores, suprindo lacunas que o poder público não tinha condições de preencher.
O trabalho está cada vez mais conjunto. Está havendo um processo de renovação na direção nacional, o Gastão (Bittencourt, presidente licenciado da entidade), está acompanhando esse processo. Após 38 anos estamos mudando a gestão da CNC (Confederação Nacional do Comércio), e portanto do Sesc e do Senac. Aconteceram disputas, claro, mas acredito que estamos em um grupo bem coeso e comprometido, com uma chapa apoiada por mais de 20 confederações no país. Uma das vertentes de trabalho é essa união nacional em favor de projetos que se destacam nos seus estados e não são replicados em outros estados. Queremos uma construção mais unida em torno desses projetos que são referência. Nós temos pro exemplo o Mesa Brasil, que nasceu aqui no Ceará, a própria Mostra Cariri, que apesar de local é um exemplo de valorização da cultura regional. Estamos dando total apoio ao Gastão e, claro, quanto mais tivermos presença no campo nacional, mais fortalecido será o nosso Ceará.
Você assumiu em um momento de crise externa, que não tem relação com a Fecomércio local. Neste contexto, a sua gestão terá alguma mudança de direcionamento da gestão?
Já fazíamos uma gestão compartilhada antes mesmo do ocorrido, e eu não digo uma gestão minha, é um time inteiro. Entrei no sistema em 1998 como presidente do sindicato de farmácias e passei 12 anos, pude colaborar de várias formas. Em 2014 fui convidado pelo Gastão para compor novamente uma chapa e colaborar com a federação. Quando o Gastão foi convocado pela CNC, em dezembro, voltei a assumir a presidência de uma forma mais contínua, mas desenvolvendo uma linha de sequência do trabalho que já estava sendo feito. Agora temos planos de abrir novas unidades e reforma de outras, algumas também estão para ser inauguradas e vão pra difundir ainda mais lazer, conhecimento, cultura e bem estar.
Considerando a perspectiva de mudança da gestão da CNC, deve haver mudança na forma como as confederações devem direcionar suas ações, ou alguma nova tendência de atuação?
Eu vejo uma gestão muito participativa e alinhada, não acredito que haverá grandes mudanças. A casa está arrumada e nós temos como missão servir, pelo lado da representatividade, os empresários de comércio e serviços de bens e turismo do nosso estado, e essas ações visam fortalecer principalmente as ações que vão em direção às empresas. Para isso nós temos os sindicatos, para quem damos total apoio, no lado social temos o Sesc, que deve implementar mais projetos e fazer cada vez ações que envolvam a sociedade; e ampliar o leque de cursos do Senac. Queremos ampliar a proximidade que já existia com as empresas para impulsionar o crescimento. O país atravessa alguns desafios, nós temos uma responsabilidade muito grande com isso. Nós temos uma escola de formação profissional, que pode também dar consultoria empresarial, queremos implementar uma faculdade Senac aqui e cada vez mais termos gestores alinhados com a perspectiva de crescimento do Estado. E esses desafios também trazem crescimento, trazem aprendizado.
A faculdade Senac seria nos moldes da que já existe e é referência no Estado de São Paulo?
Sim, nós temos esse modelo e vamos buscar aprimorar. A gente tem muita coisa dando certo país afora que precisa ser replicada. Queremos formar uma grande rede de desenvolvimento e cooperação, apoiada tanto pelo Senac quanto pelo Sesc.
A faculdade estará funcionando até o final deste mandato?
Sim, as prioridades serão a ampliação dos cursos do Senac, inauguração de novas unidades e melhorias das já existentes, além da implantação da Faculdade Senac. Nós estamos sempre buscando novos cursos, novas oportunidades e ver qual é o direcionamento que a sociedade espera. São muitas profissões nascendo e se reinventando, nós estamos sempre buscando isso.
Com os três novos hubs (aéreo, marítimo e de dados) do Ceará, o Senac pretende oferecer novos cursos voltados para atender as novas demandas que devem surgir?
O que diz respeito à parte de inovação, que é do comércio de bens, serviços e turismo, queremos trabalhar inclusive com outras federações. Nós temos o IPDC, por exemplo, que pode com as suas pesquisas apontar o norte para que possamos construir novas ferramentas, até sob encomenda, nós contamos com a expertise do Senac para isso, inclusive para prefeituras.
Quais serão as novas unidades?
Em 2019 vamos lançar na Ibiapaba a unidade conjunta do Sesc e do Senac, que terá tanto a escola profissional quanto a de hotelaria e vamos inagurar até março o Centro de Formação do Senac na avenida Desembargador Moreira, que é um projeto grandioso e que vai inserir muitas inovações na instituição.
Foto: Eri Nunes