A tal da castanha entra no mercado dos EUA

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De acordo com Rodrigo Carvalho, a A tal da castanha representa 25% da produção da Amêndoas do Brasil.

A linha de produtos naturais A tal da castanha, da cearense Amêndoas do Brasil, está prestes a entrar no mercado estadunidense com a marca Wondernuts. As bebidas à base de leite de castanha que já são sucesso por aqui há quatro anos vão ingressar nos Estados Unidos, a partir da Califórnia, já neste ano.

De acordo com o diretor comercial da empresa, Rodrigo Carvalho, que divide a empreitada com o irmão Felipe Carvalho, neste momento estão sendo prospectadas parcerias para a divulgação e distribuição do produto em pontos de venda estratégicos da Califórnia.

“Estamos fazendo o mesmo processo do começo da linha, quando fomos pra São Paulo bater de porta em porta pra conseguir inserir o produto”, explica. Este será o terceiro mercado internacional que a marca atua: em Portugal e no Canadá já é possível encontrar os produtos A tal castanha.

De acordo com Rodrigo, o mercado da Califórnia vai receber o mesmo produto vendido aqui, e aposta na composição, integralmente natural – os ingredientes são apenas castanha e água e, a depender do sabor, adição de côco, ou cacau, ou castanha do Pará – sem adição de conservantes, sem glúten e sem colesterol.

A linha, lançada em 2014, já foi ampliada e conta também com snacks de castanhas, que não são fritos, mas assados, e pastas – de castanha de caju, castanha com côco e castanha com caju e côco. Ainda em 2018 a família será ampliada novamente: no final de julho será lançada uma bebida superprotéica, também à base de castanha.

– A Amêndoas do Brasil é uma empresa que atua apenas na exportação e fornecimento da castanha beneficiada para a indústria. Como surgiu a idéia da A tal castanha?

Há quatro anos nós resolvemos entrar no ramo do varejo e percebemos a janela de oportunidades do mercado de produtos saudáveis. É uma tendência em todo mundo e que inclui também veganos e vegetarianos, que são cada mais numerosos. Começamos com o leite vegetal de castanha de caju. É uma categoria nova, nos Estados Unidos ela já é bem conhecida, principalmente leite de amêndoa. Aí a gente pesou: se lá vende tanto, por que não fazer com a castanha, que tem em abundância na nossa terra e tem muito mais proteínas? Foi aí que a gente virou a chave e entrou no varejo, percebendo essa oportunidade. A gente queria atuar com uma linha nova, não só com castanha em saquinho, que era o que todo mundo já fazia, agregar valor. Entramos com o leite vegetal, que seria uma opção tanto para os intolerantes à lactose, como para o mercado saudável, que estava em franca expansão e agora está crescendo ainda mais. Lançamos a original (leite de castanha de caju, que responde por cerca de 40% da produção) e depois fomos ampliando. Na época do lançamento, no Brasil só existia leite vegetal de soja. Começamos com os pequenos, batendo de porta em porta em São Paulo, e aqui em Fortaleza os Mercadinhos São Luiz sempre acreditaram no projeto e como o produto é diferenciado.

– Porque que é diferenciado?

Porque é 100% natural, 100% saudável. A maioria dos leites vegetais do mercado são compostos, em grande parte, por goma. Espessantes, estabilizantes, esse tipo de coisa que adicionam pra ganhar corpo, porque geralmente usam pouco ingrediente e muita goma. Criamos um produto diferente, porque mesmo nos EUA é raro encontrar um produto que realmente entrega o que promete. O produto A tal da castanha tem muito mais castanha por litro do que qualquer outro no mercado, a gente não precisa usar goma ou qualquer outra coisa que altere. O nosso produto é 100% natural, apenas água e castanha ou outro ingrediente, dependendo do sabor, sem nenhum tipo de conservante, estabilizante ou espessante, tornando o produto 100% natural e com selo orgânico.

O nosso produto é 100% natural, apenas água e castanha, sem conservante e com selo orgânico.

– Como foi o processo de criação do produto, foi todo feito no Ceará, dentro da Amêndoas do Brasil, ou vocês contaram com parcerias externas?

Foram quase dois anos de desenvolvimento para chegar à formulação lançada. Fizemos parcerias com vários nutricionistas do Brasil, entre eles a Alessandra Luglio, que nos ajudou a conceber os produtos. E com essa diferenciação a gente foi muito bem recepcionado, pelas pequenas lojas, pelas grandes redes de supermercado, todo mundo enxergou o grande potencial que o produto tinha. Não é o mais barato, porque é um produto de alto valor agregado, mas somos os primeiros do Brasil em marketing share entre os leites vegetais.

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Em toda a linha A tal da castanha são utilizados no máximo três ingredientes.

– Você acredita que o público está disposto a pagar um pouco mais pela linha, por ser integralmente natural?

Quem vai atrás do leite vegetal ou é intolerante ou gosta de produtos saudáveis, e quem gosta, não vai comprar um produto cheio de química. É aí que a gente se diferencia e consegue atingir um público maior, porque é um produto realmente natural, são só dois ingredientes, água e castanha, não é apenas falácia.

– O processo de produção da linha A tal da castanha é todo feito aqui no Ceará?

Ele é todo feito aqui, mas é envasado no Paraná. A gente faz o pré mix (produto bruto), manda embalado em caixas e é envasado lá, depois vai pra São Paulo, onde temos um centro de distribuição, e então é distribuído para o Brasil inteiro.

– A empresa pretende deslocar o envase pra cá?

O volume já está tomando uma proporção maior, que justifica fazer o investimento para trazer a totalidade do processo pra cá. É algo que está nos planos, a gente não sabe definir a data ainda, mas deve acontecer logo.

– Qual o volume atual de produção da linha?

Esse ano devemos fechar próximo a 2 milhões de litros. Fizemos dois lançamentos recentes, que é o Mixed Nuts (amêndoas e castanhas de caju e do Pará), que tem mais proteína do que o leite de vaca, e 50% mais cálcio. Como já é um mercado muito grande, saímos um pouco só da castanha de caju e criamos também a primeira bebida do mercado com apenas dois ingredientes: água e amêndoa. Todos os outros têm alguma outra coisa na composição, seja mel, açúcar, etc., o nosso é só água e amêndoa. A primeira produção já foi toda vendida e só teremos outra daqui um mês.

– A empresa já tem uma projeção de crescimento no mercado dos Estados Unidos?

Preferimos não falar ainda em números, mas se o consumidor de lá entender assim como o brasileiro, os diferenciais do produto, que é natural e orgânico o potencial de crescimento maravilhoso, só a Califórnia é do tamanho do mercado brasileiro inteiro.

– O mercado de saudáveis vinha crescendo continuamente antes da crise. O setor foi afetado de alguma forma?

O mercado de saudáveis continua crescendo, era nada até pouco tempo atrás, então obviamente você consegue ter crescimentos mais fortes, mas não sentiu a crise, nem diminui o ritmo, pelo contrário. As pessoas compram porque querem ficar mais saudáveis, buscar qualidade de vida, e é um movimento que não é só brasileiro. Só no ano passado cresceu 60%, deve continuar a todo vapor.

Saiba mais sobre a A tal da Castanha

É produzida pela Amêndoas do Brasil, a primeira empresa de castanhas do mundo a ter a certificação FSC 2200 (desde 2012), que é a principal certificação para a segurança alimentar. Além da chancela como alimento orgânico, também ostenta o selo “Eu reciclo”, que garante que toda a produção das embalagens é reciclável.

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