A Colmeia foi a construtora que mais vendeu unidades novas no Ceará nos seis primeiros meses deste ano, de acordo com o Flash Imobiliário, levantamento trimestral das tendências do mercado imobiliário cearense feito pela Lopes Immobilis.
Para os seus dirigentes, os sócios Otacílio Valente e Ronaldo Barbosa, o resultado deve-se a um esforço concentrado para reduzir os estoques de imóveis residenciais, comerciais e de segunda moradia para, a partir de 2019, apresentar aos mercados de Fortaleza, Natal (RN), Manaus (AM) e Campinas (SP), uma nova safra de empreendimentos.
“Ficamos no primeiro lugar em vendas entre as construtoras cearenses em 2017 e agora, nos dois primeiros trimestres de 2018, também ficamos em primeiro lugar”, destaca Ronaldo, responsável pela diretoria comercial.
Sobre a possibilidade de repetir o feito, Otacílio, que gerencia o setor de projetos, brinca que os resultados dos dois primeiros trimestres “já foram um grande caminho, temos mais chances do que quem ainda não levou”.
Este ano, a Colmeia vai entregar três projetos, sendo um em Campinas (em julho, a Colmeia entregou na cidade o edifício Modele), um em Manaus e outro em Natal, além dos edifícios Prime (Meireles) e La Reserve (Aldeota), em Fortaleza.
Como vocês conseguiram manter esse ritmo de vendas mesmo em um momento que não está convidativo para a comercialização de imóveis novos?
Ronaldo Barbosa – Não tem sido fácil. Pra vender nesse cenário político incerto, e econômico também, porque um está ligado ao outro, não é fácil. Mas os nossos produtos estão bem localizados, foram bem concebidos, são projetos ousados, então é o que há de melhor no mercado imobiliário e nos diferenciamos por isso.
Otacílio Valente – A gente vem vendendo sem manter o mesmo ritmo de lançamento de antes, então o nosso estoque está se reduzindo muito. Até pra gente ter um volume de vendas maior, se faz necessário novos lançamentos. Mas esse ano a gente não deve lançar mais nenhum empreendimento, porque está todo mundo em compasso de espera pra ver o que vai acontecer na política. Então estamos negociando terrenos, mas na expectativa de lançar no segundo semestre do ano que vem, provavelmente. Fechamos três negócios grandes em terrenos esse ano, mas todos estão sendo preparados para 2019, nada mais pra esse ano.
O ritmo de vendas deve continuar em 2019?
OV – O volume de vendas vai diminuir porque a gente não tem lançado e isso é uma questão de responsabilidade com o momento, não adianta lançar em um mercado recessivo. A gente não sabe como vai ser no ano que vem a política de financiamento da construção civil, de geração de empregos e uma série de outras reformas urgentes, então não adianta se empolgar.
RB – A gente tem aproveitado essa janela, sem fazer lançamentos, pra realmente desovar os estoques, que diminuímos drasticamente nos últimos dois anos, e fazer negócios com terrenos, que são a principal matéria-prima do nosso produto. Como leva tempo pra conceber projeto, aprovar e prepará-lo, a gente está esperando o momento ideal, mas esse momento vai depender do cenário externo.
A Colmeia atua em mercados distintos como São Paulo (Campinas), Natal (RN), Manaus (AM) e Fortaleza (CE). Este “compasso de espera” se aplica também no Nordeste?
OV – Eu acredito que o Nordeste vai se sobressair principalmente por causa do turismo, dos imóveis de segunda moradia, como os que temos no Porto das Dunas (Golf Ville), por exemplo, e produtos pequenos e bem localizados. O hub da KLM/Air France vai fazer muita diferença em várias setores. O turismo deve alavancar vários setores da nossa economia, nos próximos anos, então acredito que haverá demanda crescente para este tipo de produto.
RB – A gente planeja muito bem cada projeto, nos especializamos em áreas como Cocó, Aldeota e Meireles, nos relacionamos muito bem com as imobiliárias e recebemos os clientes com atenção, de forma diferenciada. Isso acaba fazendo sim uma diferença e continuaremos apostando no mercado local a partir do segundo semestre de 2019.