Nos próximos meses, a presença dos carros Chery nas ruas de Fortaleza deve ser mais frequente. A fabricante de origem chinesa uniu-se ao grupo brasileiro CAOA e, a partir da joint venture formada e do lançamento de novos modelos, pretende crescer mais de 400% no Brasil.
No Ceará, a meta é passar dos 25 carros vendidos por mês, em média, para entre 60 e 70 unidades. Em todo o País, a participação, que atualmente é de 0,55%, deve saltar para 2%, passando dos atuais nove mil modelos emplacados em 2018 para 35 mil já no ano que vem. A principal arma da nova CAOA Chery será a nova geração de veículos que pretende reposicionar a marca, jogando-a em um segmento superior.
“Não é a sucessão de modelos já existentes, são modelos totalmente novos, que evoluíram de forma condizente com a evolução da Chery, que está migrado para o mercado premium”, resume o diretor do Grupo Belfort, Aguimar Ferreira Filho. Além da Premium, concessionária CAOA Chery presente em Fortaleza há oito anos, a Belfort é representante exclusiva da francesa Peugeot no Ceará.
Para o gerente regional de vendas da montadora CAOA Chery, Daniel Balestrero, o aumento da gama de produtos, que antes tinha apenas o subcompacto New QQ e o utilitário Tiggo, vai gerar um interesse natural pela marca.
“Estamos aperfeiçoando o pós-venda e oferecendo produtos maduros, bem adaptados ao mercado local, e ampliando a oferta de dois para cinco modelos, com a inclusão do sedan Arrizo 5 e do Tiggo 5X e Tiggo 7”, explica. O executivo também estima que a ampliação da rede autorizada (atualmente em 45 lojas em 17 estados) para 100 revendedores em todo o Brasil ajude no reposicionamento da marca.
Além dos lançamentos, quais são as estratégias de reposicionamento da CAOA Chery para ser vista como marca premium?
Ferreira – Em primeiro lugar, o investimento de R$ 2 bi que o grupo CAOA fez na marca Chery. Além de uma grande estratégia de marketing, o grupo está investindo fortemente na estrutura de pós-vendas, fortalecendo essa área, formando um grande estoque de peças.
Balestreri – Toda a operação vai ser ampliada, não é somente a fábrica ou somente lançar carros novos. Uma das principais estratégias é a expansão dos pontos de venda e a ampliação da capacidade de armazenagem de peças pra suprir a demanda de reposição de forma rápida, além da comunicação junto ao cliente, como propaganda em programas de televisão.
Qual vai ser o grande chamariz da CAOA Chery para o mercado premium?
Ferreira – O forte passa a ser a linha SUV, com três modelos. São carros completamente novos, aprimorados e pensados para o Brasil. São mais modernos, mais bonitos e bem acabados do que as gerações anteriores.
Os carros chineses sofrem com o estigma de não serem duráveis. A CAOA Chery está preparada para reverter essa má fama?
Ferreira – A liderança do comércio mundial hoje é ocupada pela China. O grande diferencial da China é a capacidade de mudança positiva muito rápida. Se ela erra em um produto, vai corrigir umas 100 vezes mais rápido que a gente.
Balestreri – Outra coisa importante é que a gente está com uma estrutura de qualidade na fábrica, de desenvolvimento de produto, de tropicalização também, para que o produto se adapte melhor ao mercado brasileiro e seja mais resistente. O Tiggo 2 e o New QQ, ambos produzidos em Jacareí, já passaram por esse processo de melhoria com a equipe do Brasil. As equipes de qualidade e de pós-vendas vão dar suporte a essa estratégia, provocando reações positivas dos clientes, e fomentar a venda do produto.
A CAOA Chery planeja quase quadruplicar sua participação no mercado, passando de meio ponto para 2 % do número de novos emplacamentos. Não é uma meta ousada para uma marca que ainda está em processo de ser percebida como um produto premium?
Balestreri – É uma meta ousada, de fato, mas a CAOA Chery está se preparando para oferecer um suporte que torne esse crescimento sustentável. Atualmente, nós temos 0,55% do mercado. O acumulado de 2018 deve ficar em torno de nove mil unidades. Já em 2019 esperamos passar dos 35 mil.
Ferreira – É importante lembrar que a CAOA passou a ser a maior distribuidora de carros da América Latina, fez um investimento de R$ 2 bilhões. Não é coisa pra passar cinco anos e ir embora. É um grupo genuinamente brasileiro, que aportou uma grande quantia de dinheiro para fazer a marca crescer. Para se ter uma ideia, a meta é emplacar mais do que a soma da Peugeot e Citroën.
E no Ceará, qual é o crescimento projetado? O grupo Belfort também está investindo nessa ampliação?
Ferreira – A gente vinha vendendo em média 25 carros por mês, queremos passar para algo entre 60 e 70 carros por mês, o que dá uma média de 2% dos emplacamentos de novos no Ceará. O Grupo Belfort também está investindo para absorver a demanda futura. Até agora só tínhamos dois modelos, mas vamos ter cinco. A gente vai abranger um grupo muito maior. Ampliando o pós-venda, o estoque de peças e o estoque de carros semi-novos para fomentar a venda dos novos.