Com os últimos lançamentos e a reestruturação da rede de concessionários autorizados, a Citroën está se preparando para entrar em uma nova fase no Brasil. E por consequência, a representante no Ceará, Pigalle, também. A expectativa é crescer 30% em relação a 2018, passando da marca dos 450 carros.
Quem está à frente do negócio é o administrador e advogado Ricardo Feitosa, que trabalha há 16 anos no mercado de carros premium. Antes da Citroën Pigalle, o executivo administrou a BMW Welle, atual Haus, também pertencente ao grupo ADTSA. O conglomerado possui outras unidades Pigalle em Natal e Recife e na capital cearense também atua com a Renault Regence, a Chevrolet Silcar e a Volkswagen Meira Lins.
Para Feitosa o principal desafio da marca é, além de alavancar as vendas dos modelos recém lançados – o C4 Cactus e a nova gama de utilitários, composta pelos modelos Berlingo, Jumpy e Jumper – se reposicionar como uma marca reconhecida pelos carros com acabamento e conforto acima do padrão e serviços de pós vendas eficaz.
Para tanto, a Pigalle lançou um aplicativo de celular para os clientes, que podem agendar as revisões, “com prazo de atendimento entre dois e três dias no máximo”, reservar carros e outras facilidades. Além disso, investiu “na melhoria do ferramental, dos equipamentos da oficina e em uma equipe técnica qualificada, bem como destacamos um técnico exclusivamente para o Chrono Service“, adianta, referindo-se ao programa da Citroën de revisões de até duas horas pré agendadas.
A montadora francesa tem melhorado os processos de pós venda e oferecido vantagens como assistência técnica e remoção 24 horas por oito anos, tanto para veículos de passeio quanto os utilitários, e criou o Citroën Pro, um programa de vantagens clientes corporativos e usuários dos modelos Jumppy e Jumper. Revisão a preço fixo, prioridade na oficina, revisão no mesmo dia, carro reserva a partir do 4º dia e parcelamento em quatro vezes são as vantagens do Pro.
O grupo ADTSA adquiriu a representação da Citroën e vem mudando implementando melhorias, principalmente de pós vendas. Qual o balanço que o ADTSA faz e as expectativas para 2019?
Assumimos a Citroën aqui (já tínhamos em Pernambuco e Natal) há três anos e desde então as vendas só crescem, mais do que dobrou o volume de vendas. Vendemos 350 unidades em 2018 e esperamos crescer mais 30%. Também apostamos no crescimento dos utilitários, que teve a linha renovada e deve passar de 50 para 90 unidades vendidas. O nosso principal produto é o Cactus, que está sendo um grande sucesso e tem cinco versões de R$ 70 mil a R$ 100 mil, estimamos que metade das vendas seja dele. Além disso, vamos promover um evento em março para trazer parceiros e trabalhar o mercado corporativo, trazendo lojistas, comerciantes, empresas de hotelaria e receptivo e outros potenciais parceiros.
Vocês concorrem com um modelo líder de mercado há anos que é a Mercedes-Benz Sprinter. Jumpy e Jumper têm trunfos para fazer frente?
É a primeira vez que um produto que roda na Europa é exatamente igual ao do Brasil, com motores a diesel altamente econômicos, é o melhor custo-benefício. Lá a Citroën é lider no segmento e aqui ainda é pouco explorado. São carros com muita tecnologia, muito conforto nas versões de passageiros e um excelente custo benefício. Paralelo a isso também estamos fazendo um trabalho forte no pós venda, que é um diferencial para o corporativo.
O maior desafio para a Citroën atualmente é o pós venda?
Acho que é desmistificar a marca, infelizmente ainda existe um preconceito. E vamos mudar isso com o pós venda, que é o que determina a continuidade na marca, um segundo modelo ou uma indicação. O ciclo positivo depende do pós venda. Pra carro utilitário a gente tem que fazer a revisão no mesmo dia, é um compromisso essa prioridade na oficina, os custos de revisão são fixos e se não for o cliente tem direito a uma revisão gratuita, é o Citroën Pro, voltado para carros utilitários.
Mesmo diante do processo de desgaste com os clientes devido à falhas na rede de concessionários, quais são os diferenciais argumentos que a marca tem para convencer os clientes da nova fase?
Os produtos são muito bons, o valor é compatível com os concorrentes, mas os carros da Citroën possuem uma tecnologia superior e um acabamento mais refinado, são muito mais confortáveis. Quem dirige comprova isso, os carros oferecem um requinte a mais na mesma faixa de preço dos concorrentes. Os carros são mais bem equipados, por exemplo, o kit multimídia do Cactus é o único da categoria que oferece espelhamentos para os sistemas IOS e Android. E a outra garantia é a experiência do Grupo ADTSA, há três anos é outro know how, uma empresa sólida que já trabalhava com a marca em outros estados.
O Grupo ADTSA planeja abrir lojas da DS, divisão de luxo da Citröen?
Essa questão ainda não está 100% definida. Antes os DS eram comercializados nas lojas Citroën, mas a fábrica optou por vender em uma rede própria e ainda não há nada definido sobre lojas da DS, mas o Grupo ADTSA costuma avaliar todas as oportunidades. No momento o foco da Citrën Brasil e por consequência o nosso, é a linha de utilitários.