Daniel Demétrio está na lista dos melhores assessores financeiros da XP no Brasil

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Dentro do universo de 5,2 mil assessores financeiros associados à XP Investimentos – a maior especialista em investimentos de plataforma aberta no Brasil -, um cearense está, pela primeira vez, na lista final dos melhores do Brasil. O economista Daniel Demétrio, que começou a carreira em 1992 como bancário e atualmente é sócio da Multi7 Capital e líder da equipe de assessores, está entre os quatro finalistas do Expert XP, prêmio que será entregue no próximo sábado (6), em São Paulo.

O anúncio do vencedor – Daniel concorre com três assessoras oriundas do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo – encerra o Expert XP, feira que ocorre entre quatro e seis de julho e que se tornou o maior evento da área financeira em todo o mundo. Cerca de 30 mil pessoas devem connferir três tipos de programação: Expert Lessions, com especialistas de diversas áreas debatendo temas centrais para a economia; Learning Lessions, voltada para profissionais do mercado financeiro, e Pop Up Sessions, que é a feira propriamente dita. Este ano devem participar nomes como o ex-presidente do Federal Reserve (FED) dos Estados Unidos, Ben Bernanke; o nadador e medalhista olímpico Michael Phelps; ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o empresário e filantropo Jorge Paulo Lehman.

Daniel Demétrio avalia que a indicação, que já considera um grande reconhecimento, resulta também da sua equipe: “não é uma conquista individual, divido essa indicação com todo o time da Multi 7” e atribui a indicação como resultado de um trabalho “que não tem pressa. Apesar de, como toda empresa, visarmos o lucro, todas as nossas ações são muito planejadas e com foco no longo prazo, nunca no resultado imediato”.

O que o fez optar por se associar à XP, mesmo tendo uma empresa que já tinha 12 anos no mercado de gestão de patrimônio?

Nós tínhamos uma empresa que atuava em Teresina, Natal, São Paulo e Recife na área de gestão patrimonial há muitos anos, e começamos a perceber a queixa dos grandes investidores com a queda da taxa de juros, o mau atendimento dos bancos… até que a XP nos procurou e apresentou esse modelo de plataforma aberta. Eu trabalhei em banco e muitas vezes o banco dava um direcionamento de atuação, de produto que o meu cliente não estava buscando, então existe sim conflito de interesse. E esse é o modelo, o banco está certo. Quando, no final de 2015, a XP nos procurou para que a gente distribuísse os seus produtos, foi fantástico, porque acabou com esse conflito de interesses e até abrimos filial em Brasília.

Por que o modelo de plataforma aberta é mais vantajoso para o investidor em comparação com os produtos dos bancos tradicionais?

Cerca de 95% da poupança, dos investimentos das pessoas e das empresas, estão nos bancos, onde se tem conta corrente. Isso não é bom, o mercado dos grandes é oligopolizado e o problema de onde poucas empresas dominam o serviço é que ele é ruim, porque não se tem concorrência. O que a XP fez foi trazer para o Brasil um modelo que já é sucesso fora, nos Estados Unidos principalmente, que é o de plataforma aberta. Nele você abre uma conta na corretora e tem acesso a uma gama enorme de produtos e investimentos na área financeira. Nesse sentido, o foco é o cliente, o nosso trabalho é identificar o perfil daquele investidor, se é uma pessoa, se é família, se é empresa, se é conservador ou dado a riscos… e a partir daquele perfil traçado cuidadosamente, a gente busca na plataforma da XP o que melhor se encaixa. Você exclui qualquer tipo de conflito de interesse, porque o banco não faz esforço para captar o dinheiro. O dinheiro está lá de outras formas, então o grande banco não se foca muito em gestão do dinheiro, se foca em crédito, em serviços diversos, mas não em gestão. E existe o conflito de interesses, de o banco oferecer o produto que é dele e pode não ser tão adequado ao perfil do cliente. Na plataforma aberta não, são diversos produtos para todo tipo de perfil, é a democratização do investimento, um modelo que veio para ficar.

Você acredita que essa democratização do investimento deve influir no aumento da poupança a médio e longo prazos? 

A XP tem investido muito em educação financeira. E a entrada do modelo de plataforma aberta no Brasil coincidiu com a queda da taxa de juros e a busca por outras formas de investir. Antigamente, você não fazia esforço para ter 1% ao mês porque a taxa de juros era essa. Como a taxa de juros caiu pela metade, as pessoas passaram a procurar alternativas para investir.

E para quem está começando a investir, o que é necessário? 

Essa oferta de produtos financeiros é totalmente democrática. Alguns produtos têm valor mínimo, mas muitas vezes é nada ou R$ 500, de R$ 1 mil, alguns R$ 20 mil, mas tem produto pra todo perfil. Primeiro, o interessado abre a sua conta no portal e preenche as informações básicas, mas a identificação do perfil é feita presencialmente, a partir da conversa com o assessor. Aí a gente vê o que o investidor tem em mente, o quanto ele conhece sobre o mercado financeiro, se gosta de correr risco, todas as variáveis.

Você é finalista do prêmio de melhor assessor do sistema XP no Brasil. Como se deu essa indicação?
A Expert já é a maior do mundo em investimentos, superou no ano passado uma em New York. A XP é a anfitriã do evento, mas é uma feira do mercado financeiro como um todo, todas as grandes empresas estão lá. Todo ano eles elegem o melhor escritório e também o melhor assessor do ano. Pela primeira vez um assessor do Norte e Nordeste está na lista final, o “top 4”. Foi um grande surpresa, porque a gente não se candidata, nós somos indicados. Individualmente até me incomoda, porque essa indicação é um trabalho de equipe, eu devo ela a todos os nossos colaboradores. Aqui na Multi7 ninguém faz nada sozinho. A simples presença nessa lista final, dos quatro entre 5,2 mil pessoas tão qualificadas, já é uma honra.
A quê você atribui esse resultado? 
Como toda empresa, a gente busca crescer, aumentar o volume de recursos sob gestão, mas a nossa ansiedade para que isso aconteça é zero. A gente tem uma cultura de conservadorismo, não temos pressa pra nada, o nosso pensamento é sempre de longo prazo e cada passo que a gente dá é muito bem planejado e avaliado. Tudo o que precisamos a mais de estrutura interna para suportar crescimento é pensado com muita antecedência.

Qual a análise que você faz da perspectiva do mercado financeiro já que, contrariando as expectativas, a economia continua estagnada no fim do primeiro semestre?

Hoje em dia existe uma volatilidade muito grande no mercado de investimentos no Brasil, mais por questões internas. Fundamentalmente, as reformas necessárias para que o país ande, que é uma questão técnica, independem de viés ideológico; e comunicação, a interlocução entre o poder Executivo com a população e o Congresso, que ainda está muito conturbada. Eu penso que o Congresso está muito empenhado em fazer as reformas e o que o mercado financeiro olha, e há muita expectativa de que saia ainda esse ano, é se essas reformas vão atender às necessidades do país. E alguns fatores externos também não contribuem. Alguma fala do presidente Bolsonaro, os vazamentos, são situações que aumentam a volatilidade de curto prazo do mercado de investimentos. O que eu espero sinceramente é que tenha sido um período de adaptação e que as questões político-partidárias sejam postas de lado, para que Governo e Congresso encontrem uma maneira civilizada de conversar e que as reformas necessárias passem.

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