A 14ª Bienal Internacional de Dança do Ceará, que acontece em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi a partir desta quinta-feira (28), celebra a dança sem limites, ressaltando que corpos podem mover-se artisticamente independentemente da idade. Saiba mais sobre a programação, que é gratuita
Samya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Como manifestação artística, a dança não tem idade, gênero, nem preferência de corpos. Este é o enfoque da XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará, que ocorre de 28 de março a 7 de abril, e convida o público a celebrar a dança em todas as idades. A programação, que será gratuita, reunirá artistas e companhias do Brasil e do exterior em espetáculos, workshops, palestras e oficinas em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi.
Longevidade
Realizada desde 1997, a Bienal é um dos mais importantes eventos de dança do Brasil, reunindo artistas e profissionais de todo o mundo para celebrar a arte da dança em suas diversas formas e expressões. A edição deste ano dedica especial atenção à questão do envelhecer na dança, desmistificando limites etários e explorando a potência de corpos experientes. Para David Linhares, idealizador e diretor geral da Bienal, a luta contra o etarismo atravessa a luta pela acessibilidade, uma das grandes bandeiras do evento em seus 25 anos de história.
“A Europa, por exemplo, é chamada de continente velho. E lá tudo é feito pensado nessa acessibilidade. O Brasil começa a ter essa população mais idosa e a gente tem que se preocupar com isso”, ressalta o promotor cultural. “Sem falar que temos que lutar contra a discriminação de que artistas com mais de 35 anos não podem dançar. Nós todos podemos dançar em qualquer momento da nossa vida. A dança não está restrita a idade e corpos que vão dar grandes piruetas. A dança precisa se preocupar com o envelhecimento dos artistas. Precisamos de uma política pensada pelo Estado para ajudar os artistas, que estão nas idades avançadas, a terem saúde, hospedagem… Então a Bienal levanta essa bandeira”.
Programação
A abertura oficial, no dia 28 de março, no Cineteatro São Luiz, será marcada pela apresentação do espetáculo “Corpos Velhos – pra que servem?”, que reúne nomes como Marika Gidali, Décio Otero, Iracity Cardoso e Célia Gouvêa. A programação também inclui a palestra “Dança e autismos”, ministrada pela bailarina Rosa Primo, oficinas com Edvan Monteiro e Gustavo Gelmini, e o Seminário “Envelhecer na Dança – o que perdura nos corpos?”.
A Bienal receberá nomes como Lia Rodrigues Companhia de Danças, Antonio Nóbrega e Rosane Almeida, Laura Samy e Alice Poppe, Esther Weitzman, Brunno de Jesus, Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, Jorge Garcia e Irupé Sarmiento, entre outros. A programação também destaca companhias cearenses como Wilemara Barros Cia. Dita, Silvia Moura, Gerson Moreno, Wellington Gadelha e Edvaldo Batista, Paracuru Cia. de Dança, Arreios Cia. de Dança e Thiago Patrício. A Bienal também contará com a participação de artistas internacionais como a Cie. Aurelia (França), Djam Neguin (Cabo Verde) e Cia. Circolando (Portugal).
Serviço
XIV Bienal Internacional de Dança do Ceará
De 28 de março a 7 de abril em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi
Solenidade e espetáculos de abertura em Fortaleza nesta quinta-feira (28) a partir das 18h, no Cineteatro São Luiz.
Programação completa no Instagram @bienaldedanca.
Gratuito