São dezenas de opções de açúcares e adoçantes das prateleiras dos supermercados .Saiba as diferenças e que tipo pode ser o mais indicado para o seu cotidiano
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
A correria do mundo moderno nos acomodou a alimentos ricos em açúcar. O que pode acarretar em doenças que poderiam ser evitadas com um consumo mais consciente. Por isso, especialista fala ao Tapis Rouge quais as opções mais saudáveis para adoçar o cafezinho da manhã
Em um mundo onde as opções de açúcares e adoçantes se multiplicam nas prateleiras dos supermercados, escolher a melhor alternativa para adoçar os alimentos torna-se uma tarefa desafiadora. Diante dessa diversidade, ressaltada pelo fato do Brasil ser o 4º maior consumidor de açúcar do mundo, surge a necessidade de compreender as nuances entre os diferentes tipos de açúcares e adoçantes, visando não apenas o paladar, mas também a saúde.
Quando se trata de açúcar, é importante entender que todos os tipos de açúcares são essencialmente compostos de sacarose. O açúcar branco refinado, por exemplo, é o tipo mais comum de açúcar, mas é o mais processado. O consumo excessivo de açúcar branco refinado pode estar associado a diversos problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Já o demerara passa por um processo de refinamento menos intenso do que o açúcar branco, o que significa que ainda retém alguns nutrientes e minerais, como cálcio, ferro e potássio.
Outras alternativas são: o mel, composto principalmente de frutose e glicose, mas com vitaminas, minerais e antioxidantes, dentre elas estão as vitaminas do complexo B, vitamina C, minerais como cálcio, ferro, magnésio, potássio e antioxidantes; e o agave, é um adoçante natural, com baixo índice glicêmico, derivado de uma planta encontrada no México e na América do Sul.
Entretanto, segundo a nutricionista Lívia Carolina Amâncio, não há um tipo de açúcar que seja totalmente mais “saudável” do que os outros: o segredo está em consumir todos esses tipos com moderação e como parte de uma dieta equilibrada. “Optar por versões menos processadas, como o açúcar demerara, pode fornecer alguns nutrientes extras em comparação com o açúcar branco refinado, mas isso não significa que possa ser consumido sem restrições. O importante é limitar o consumo total de açúcares adicionados e focar em alimentos naturais e não processados sempre que possível”, explica a especialista ao Tapis Rouge.
E o adoçante?
Dito isto, pode-se pensar que adoçantes podem ser uma boa alternativa, não? Porém, estudos sobre aspartame, sacarina, ciclamato e sucralose têm mostrado resultados mistos. Alguns sugerem que o consumo excessivo de adoçantes artificiais pode estar associado a problemas de saúde, como ganho de peso, resistência à insulina, e até mesmo impactos na microbiota intestinal. No entanto, a pesquisa ainda não é conclusiva, e muitos desses estudos foram realizados em animais, com resultados nem sempre se traduzindo diretamente para humanos.
Para Lívia, “a melhor opção de adoçante pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de suas preferências, saúde e tolerância individual. Algumas pessoas preferem adoçantes artificiais por seu sabor mais próximo do açúcar, enquanto outras optam por adoçantes naturais (stevia, xilitol) por serem considerados mais ‘saudáveis’. O importante é consumir qualquer adoçante com moderação e como parte de uma dieta equilibrada”.
Especificidades
Vale ressaltar que, dependendo das necessidades de saúde ou de condições médicas, certos tipos de açúcares podem ser mais adequados do que outros. Para quem tem diabetes, são recomendados adoçantes artificiais como sucralose, aspartame e sacarina. Adoçantes naturais com baixo índice glicêmico, como eritritol, xilitol e estévia, também podem ser opções adequadas para pessoas com diabetes. Para quem tem Alzheimer, o ideal é reduzir o consumo de açúcar refinado e optar por adoçantes naturais ou alternativas com baixo índice glicêmico. Porém, as pesquisas ainda não são conclusivas. Em casos de obesidade, por fim, é importante optar por adoçantes com baixo teor calórico, como adoçantes artificiais ou adoçantes naturais com baixo índice glicêmico.
Para a pesquisadora em Neuropatia Diabética, Lívia Carolina Amâncio, tudo pode ser resolvido com uma reeducação alimentar equilibrada, baseada em alguns pontos:
Cozinhe em casa: Preparar refeições em casa permite que você tenha controle total sobre os ingredientes, incluindo a quantidade de açúcar adicionada;
Substituições inteligentes: Substitua gradualmente o açúcar por alternativas mais saudáveis, como frutas frescas, especiarias ou adoçantes naturais;
Reduza os refrigerantes e bebidas açucaradas: Opte por água, chás sem açúcar ou água com sabor natural de frutas;
Leia os rótulos: Lembre-se de que o açúcar pode ter muitos nomes diferentes, como xarope de milho, maltodextrina, suco concentrado de frutas, entre outros;
Planeje suas refeições: Planeje suas refeições e lanches com antecedência para evitar recorrer a opções rápidas. Tenha lanches saudáveis disponíveis, como frutas frescas, nozes ou iogurte natural.