Megalopolis, novo filme de Francis Ford Coppola, chega aos cinemas esta semana

Em Megalopolis, novo longa de ficção científica que estreia nesta quinta (31), Francis Ford Coppola cria uma Nova York futurista inspirada em Curitiba! O cineasta chega ao Brasil esta semana para promover o filme e receber o Prêmio Leon Cakoff, na 48ª Mostra Internacional de Cinema

Quem diria que o Brasil seria inspiração de um dos maiores nomes do cinema mundial? Acontece que Megalopolis, novo filme de Francis Ford Coppola, estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas, e o polêmico longa foi inspirado na cidade de Curitiba. Tanto que Brasil está na rota de divulgação internacional, já que o vencedor de cinco Oscars — quatro deles com a trilogia O Poderoso Chefão — virá ao País esta semana.

Com uma pegada de ficção científica misturada a drama urbano, Megalopolis traz uma crítica à sociedade estadunidense, inspirada no antigo Império Romano e ambientada em uma Nova York futurista. Adam Driver (Casa Gucci, História de um Casamento) interpreta o visionário urbanista Cesar Catilina, que tem uma visão bem utópica para a cidade ficcional de Nova Roma. Ele é capaz de parar o tempo para enfrentar o conservadorismo do prefeito Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), um líder cego pela ganância. O diretor ainda reúne um elenco de veteranos com quem já trabalhou em produções anteriores, como o próprio Giancarlo Esposito (Cotton Club), Laurence Fishburne (Apocalypse Now), Talia Shire (O Poderoso Chefão), James Remar (O Selvagem da Motocicleta) e D.B. Sweeney (Jardins de Pedra).

O filme, cuja produção remonta a 1979, gerou grande expectativa entre fãs e críticos, mas tem enfrentado duras avaliações. Mesmo após Coppola investir 120 milhões de dólares de recursos próprios, o longa foi avaliado em apenas 46% no Rotten Tomatoes — o que não abala o autor, ao relevar que não tem arrependimentos. “No leito de morte, muitas pessoas dizem: ‘Eu queria ter feito isso ou aquilo’. Quando eu morrer, vou dizer que fiz o que queria, que vi minha filha ganhar um Oscar [Sofia Coppola, vencedora de melhor roteiro original, por Encontros e Desencontros, em 2004], que produzi o meu vinho e que ainda rodei todos os filmes que queria. Vou estar tão ocupado pensando em todas as coisas que ainda tenho que fazer que, quando a morte chegar, nem vou perceber”, disse. “Senti que Megalopolis deveria ser assim, e como paguei por ele, achei que tinha o direito de fazer do meu jeito”.

Aos 85 anos, o cineasta projeta um futuro de mais filmes financiados do próprio bolso, com o próximo, já nomeado como Distant Vision

Megalopolis no Brasil

Durante a pesquisa para Megalopolis, Coppola visitou várias cidades ao redor do mundo em busca de inspiração para o projeto urbanista utópico assinado pelo arquiteto do filme. Uma delas foi Curitiba, uma referência mundial em transporte público. Em uma entrevista realizada em setembro deste ano, o estadunidense disse que o longa foi inspirado pela sua experiência no Brasil, quando foi ao Paraná em 2003.

“Cesar é inspirado em Curitiba”, comentou, explicando ainda que, na época, foi influenciado por seu contato com o arquiteto Jaime Lerner (1937-2021), governador do Paraná entre 1995 e 2003. Com o roteiro, o cineasta oferece um debate sobre como devem ser as cidades no futuro. E, para ele, a capital paranaense se encaixa na ideia. O diretor ainda revelou que conhecia filmes brasileiros como Central do Brasil, de Walter Salles, e Chatô, o Rei do Brasil, obra de Guilherme Fontes que, assim como Megalopolis, demorou décadas para ser concluída.

O ganhador de duas Palmas de Ouro, por A Conversação (1974) e Apocalypse Now (1979), desembarca no Brasil nesta quarta-feira (30) para o encerramento da maratona de divulgação do longa. Em São Paulo, ele vai receber o Prêmio Leon Cakoff na 48ª Mostra Internacional de Cinema.

Serviço
Megalopolis
Ficção Científica/Drama – 2h18min
Estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas
Classificação indicativa de 12 anos

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