O amor na terceira idade é tema do espetáculo Ninguém Dirá Que é Tarde Demais, com Arlete Salles e Edwin Luisi. Com texto de Pedro Medina, neto de Arlete, a peça promete emocionar abordando solidão e afetos
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
“Ainda não elaboramos todas as perdas que a pandemia provocou”. A frase forte é de Pedro Medina, autor do espetáculo Ninguém Dirá Que é Tarde Demais que chega ao Theatro Via Sul em três únicas apresentações, a partir desta quarta-feira (13), indo até sexta (15). A peça, protagonizada por Arlete Salles e Edwin Luisi, tem emocionado plateias por onde passa, abordando o amor na terceira idade e a convivência em tempos de pandemia.
Dirigida por Amir Haddad, a peça já passou por dez cidades e traz Arlete Salles (Toma Lá, Dá Cá, Família é Tudo) como Luiza e Edwin Luisi (Escrava Isaura) como Felipe, dois vizinhos que, isolados pela pandemia, se deparam com desafios da convivência familiar e da solidão. O texto é de Pedro Medina, neto de Arlete, que também atua na peça ao lado do pai, Alexandre Barbalho. “[É] um privilégio conseguir iniciar um projeto desse com minha avó e meu pai. E estou muito feliz de poder mostrar meu trabalho como dramaturgo”, diz o autor.
Para Edwin Luisi, integrar o elenco da peça tem sido uma experiência enriquecedora. “O que me fez aceitar este trabalho foi a qualidade do texto. Estou contracenando com ela, o filho e o neto. Sou o intruso [risos]. Mas fui lindamente acolhido”, revela o ator. Amir Haddad, um dos diretores mais premiados e da cena brasileira e amigo de longa data de Arlete, também celebra a parceria de 35 anos com a atriz, desde os tempos do espetáculo Felisberto e o Café. “Gosto de fazer um teatro esclarecedor. O teatro tem a função de iluminar as pessoas. E digo para todos: ninguém dirá que é tarde demais para coisa alguma. Sempre é o momento de colocar em prática o desejo”, elucida o diretor.
A trilha sonora da peça ainda é assinada por Lúcio Mauro Filho (Caldeirão, A Grande Família), enteado de Arlete, e Máximo Cutrim. “Fiquei feliz demais com meu sobrinho [Pedro] me dando emprego [risos] e me trazendo para esse lugar quente e amoroso, que é trabalhar em família”, conta Lucinho.
Simplicidade das relações
Ninguém Dirá Que é Tarde Demais traz ao palco uma reflexão sincera sobre a vida na terceira idade e o amor que pode florescer em qualquer fase. “A peça trata de forma única a solidão e a descoberta de uma nova chance de felicidade. Sempre digo: o amor é maravilhoso em qualquer idade”, reflete Arlete Salles, destacando a relevância do espetáculo para o público.
A atriz, que já se apresentou diversas vezes na Cidade, compartilha o entusiasmo com a curta temporada em terras alencarinas: “Em Fortaleza, eu sempre tenho boas experiências. Sempre fui muito feliz nessa terra. Inclusive, quando eu vi no roteiro, o meu olho logo bateu lá no nome Fortaleza. Eu pensei: ‘que bom que eu vou outra vez para lá’. Eu sempre fico emocionalmente muito bem aí”.
Arlete também não esconde o orgulho de trabalhar com o neto: “Estou navegando em sentimentos diversos e emoções fortes. Sinto muita felicidade e admiração em ver o meu neto se aproximando dessa profissão, crescendo de forma potente. Não apresentaria meu neto como dramaturgo se não tivesse confiança no talento dele”, conta. Por isso que a peça tem tanta importância em retratar não apenas um período da história sombrio, como a pandemia: promete ser universal, unindo uma família em cena em prol das afetividades em meio às crises.
serviço
Espetáculo Ninguém Dirá que é Tarde Demais
Quarta (13) e quinta (14) às 20h e sexta (15) às 21h
Theatro Via Sul. Avenida Washington Soares, 4335, Seis Bocas
Ingressos na bilheteria e no Uhuu!, com valores entre R$ 19,50 (mezanino lateral) e R$ 70 (plateia baixa central), mais taxas
Informações pelo Instagram @theatroviasulfortaleza