Nova temporada de The Masked Singer Brasil fará homenagem aos personagens icônicos da teledramaturgia

O make-up designer Anderson Bueno que assina o visagismo dos bailarinos do programa fala sobre as personagens

A nova temporada do The Masked Singer Brasil estreia em janeiro de 2025 e traz muitas novidades, a começar pela apresentadora, Eliana comandará o musical, substituindo Ivete Sangalo, o júri continua com Tatá Werneck e Sabrina Sato, mas com um reforço estrelado, o ator Tony Ramos passa a integrar a bancada ao lado do cantor Belo. Kenya Sade ficará a frente das entrevistas com os mascarados nos bastidores fazendo o bate bola com a apresentadora e plateia. O visagismo dos dançarinos continua com a assinatura do make-up designer Anderson Bueno.

Comemorando os 60 anos da TV Globo, o programa fará uma homenagem aos personagens icônicos da teledramaturgia, onde os mascarados representarão alguns deles, que são Odete Roitman, Tiêta, Vlad e Foguinho, entre outros. “Foi nos dado a relação dos personagens que serão apresentados e em cima de cada um deles foram criadas uma identidade para cada apresentação dos bailarinos, projeções, cenário, luz, figurino e conseqüentemente no visagismo do elenco”, comenta Anderson Bueno.

“Depois de tantas caminhadas minhas na empresa (fui até apresentador do Globo de Ouro), nunca poderia me imaginar aqui como hoje. Vi que no mínimo era uma experiência nova pra mim, então fico muito feliz de estar participando de um programa popular com uma apresentadora tão popular. É um respiro antes de começar a gravar minha próxima novela”, disse Tony Ramos na coletiva de imprensa realizada na última semana, em São Paulo.

“Muitos personagens tiveram mudanças no conceito. O que faz com que o figurino e maquiagem mudem. Tenho uma relação muito boa com o Ney Madeira, que assina os figurinos do programa. O que me ajuda muito, pois em cima do que ele está propondo, eu vou lá e faço a minha proposta de maquiagem, fazendo com que o visual seja harmônico”, explica Bueno sobre o processo de criação para a maquiagem dos bailarinos a cada apresentação de um personagem.

O programa que tem direção assinada por Marcelo Amiky, foi originalmente criado nos Estados Unidos pelo canal Fox em 2019, desembarcando no Brasil em 2021, e nesta edição a trilha sonora dos participantes também será destaque, serão canções que embalaram por seis décadas as telenovelas e a memória dos telespectadores. As novelas, durante anos, têm uma forte influência direta com o público, pois são através dos personagens, figurinos, bordões, maquiagem, acessórios e assuntos importantes para a sociedade que ditam várias tendências.

“A maquiagem não é só para mostrar beleza perante às câmeras, mas sim, para compor o personagem em um todo. Você imagina um vampiro com pele saudável e bronzeado? Ou mesmo sem um respingo de sangue? Ou até quando um personagem vive num ambiente campestre ou um boia-fria de pele clara? A maquiagem ajuda e muito a compor essa imagem, estilo e personalidade daquele indivíduo retratado”, complementa o maquiador.

O programa conta com 22 bailarinos que se revezam, ou quase, nos números apresentados por cada personagem. Para cada número é pensado em um figurino, maquiagem e perucaria/penteado, que conte de forma visual aquela história que a música está passando. São normalmente 6 trocas de maquiagem e perucaria por programa. A temporada possui 9 episódios, o que nos leva a 315 estilos diferentes de looks, considerando maquiagem e perucaria por temporada.

Em comemoração aos 60 anos da TV Globo, o make-up designer Anderson Bueno fala sobre o visagismo de 10 personagens icônicos que marcaram as telenovelas brasileiras:

Odete Roitman (Vale Tudo – 1989) “Icônica! Os cabelos alinhados e com movimento para cima passam uma imagem austera, de superioridade”.

Nazaré Tedesco (Senhora do Destino – 2004)
“O quase nada de maquiagem passa uma imagem simples, sem muita vaidade, porém, a vaidade dela é a sensualidade, que era transportado para o figurino – nos vestidos”.

Tiêta (Tiêta – 1989)
“Outro personagem muito icônico. Sempre com a maquiagem impecável, olhos marcados, e claro, o batom vermelho para simbolizar a sensualidade da personagem de Betty”

Bebel (Paraíso Tropical – 2007)
“Bonita, atraente, sensual. Camila Pitanga soube como ninguém dar vida a uma garota de programa com índole duvidosa que provocava o telespectador com seus figurinos curtíssimos, com o corpo aparente, acessórios exuberantes e maquiagem chamativa”.

Cristina (Alma Gêmea – 2005)
“A grande vilã ambiciosa estava sempre com os cabelos loiros platinados alinhados, sem um fio fora do lugar, seu figurino vermelho icônico foi o auge por toda a trama, acompanhada às vezes por tons de roxo e preto, cores fortes para uma personagem que só fazia o mal. Com uma maquiagem leve, Cristina abusava do batom vermelho, sua principal arma de sedução”.

 Ana Francisca (Chocolate com Pimenta – 2003)
“A personagem traz dois momentos bem desenhados. A simples e ingênua, com quase nada de maquiagem, até a opção de não usar maquiagem, é uma criação de visagismo, e depois, a reviravolta, com o seu retorno empoderado e linda trajando belos figurinos pretos. Cabelos bem penteados e ondulados, estilo esse adotado apenas pelos nobres, que eram abastados de tempo e empregados para fazê-los”.

Viúva Porcina (Roque Santeiro – 1985)
“O exagero hilário de Regina Duarte é algo maravilhoso. É impossível imaginar outro figurino que não fosse esse. Sempre com os cabelos cheios, esvoaçantes ou presos para cima e uma maquiagem extremamente carregada, querendo passar a ideia de beleza e poder ao mesmo tempo, mas sem medidas”.

Jade (O Clone – 2001)
“Começamos pela pele mais bronzeada, que nem chega a ser bronze de tomar sol, mas daquela tonalidade de pele da população do Oriente Médio/África, onde o detalhe mais importante desse personagem é que caiu na graça das telespectadoras, tanto pela make dos olhos bem marcados e delineados até os acessórios”.

Bia Falcão (Belíssima – 2005)
“A personagem mau caráter, vivida por Fernanda Montenegro, podemos dizer que foi uma versão moderna de Odete Roitman, pois o visual do cabelo, maquiagem e figurinos, muito se assemelham a vilã da década de 80. Sóbria, porém poderosa, afinal estamos falando de uma grande empresária – Bia Falcão”;.

Natasha (Vamp – 1991)
“Cabelos soltos, armados e únicos, pele clara, que não toma sol, olhos bem marcados para passar um ar misterioso, acompanhado de um belo batom carmim, ligado a sensualidade, mas também para passar a conotação de sangue, e um figurino all black, digno de uma rock star, Natasha marcou e ainda está no inconsciente de muitas pessoas”.

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