Chico César detalha processo criativo do disco “Vestido de Amor”, que apresenta em show no Cineteatro São Luiz

Neste domingo (8), o Cineteatro São Luiz será palco do espetáculo Vestido de Amor, onde Chico César explora a fusão de ritmos nordestinos com influências africanas. Com ingressos quase esgotados, a apresentação promete celebrar a música como expressão de fraternidade e resistência. E tudo indica que o show promete surpresas!

Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br

Neste domingo (8), o Cineteatro São Luiz recebe todas as cores do show Vestido de Amor, de Chico César, que referencia o mais recente álbum do cantor e compositor paraibano. Celebrando o pan-africanismo a partir de uma perspectiva diaspórica, o trabalho é o décimo de estúdio do artista e apresenta uma fusão de ritmos que vão do forró ao reggae à rumba congolesa, passando pelo rock. Com ingressos quase esgotados, o espetáculo promete ser um mergulho na diversidade musical e cultural que caracteriza a carreira do mestre.

Pan-africanismo

Gravado na França e produzido pelo franco-belga Jean Lamoot, Vestido de Amor conta com colaborações marcantes de artistas africanos como Salif Keita, de Mali, e Ray Lema, do Congo. É um testemunho de um mundo mestiço, onde a dança se torna uma celebração da paz, da alegria e da luta. “Esse disco é uma afirmação de fraternidade e resistência. Ele traz a mensagem de que é possível, mesmo em tempos difíceis, encontrar leveza e esperança por meio da música”, reflete o artista.

Para Chico César, o álbum reflete a conexão natural entre o Nordeste e a África. “Eu sou descendente direto da música de Luiz Gonzaga, que, segundo Ray Lema, é o mais africano dos artistas brasileiros. O Nordeste e o pan-africanismo andam juntos; não tem separação. O forró, por exemplo, é uma variante da rumba congolesa”, afirma.

As parcerias com artistas africanos nasceram ao longo dos anos e ganharam forma no novo disco. “Eu e Salif Keita nos observamos desde os anos 1990. Quando compus Sobrehumano, durante a pandemia, percebi que a melodia, a harmonia e os caminhos modais da música tinham a essência de Mali. Quando o convidei, ele aceitou imediatamente, reescreveu a letra no idioma dele e trouxe algo único”, relata Chico ao Tapis Rouge. Sobre Ray Lema, o cantor explica: “Já fizemos shows no Brasil, na Europa e até na África do Sul. Quando compus Xangô, Forró e Ai, uma rumba congolesa, soube que ele era o parceiro ideal. Ele trouxe a letra em lingala e a música ganhou ainda mais autenticidade”.

Trajetória de sucessos

Chico também revela que o show vai além das músicas do disco, conectando a trajetória musical dele de forma coerente. “Eu não diria apenas de Mama África até Vestido de Amor, mas de Béradêro (1995) até o novo álbum. Minha música sempre trabalhou com a dialética do rural e do urbano, do pessoal e do universal. É uma trajetória marcada pelo equilíbrio entre amor e militância política. E isso está sedimentado em tudo o que faço”, reflete.

Surpresas em Fortaleza?

Fortaleza, para Chico, é um lugar especial. “A Cidade não apenas recebe bem a música popular brasileira, mas também a produz com qualidade histórica. Sinto-me muito feliz sempre que toco aqui”, diz o artista. O show também pode trazer surpresas: Chico convidou Fausto Nilo, parceiro em uma composição inédita, para subir ao palco. “Deixei um recado no celular dele. Não sei se ele poderá, mas o convite está feito”, adianta.

serviço

Show Vestido de Amor
Neste domingo (8), às 18h
No Cineteatro São Luiz. Rua Major Facundo, 500, Centro
Ingressos à venda no Sympla por R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Informações pelo Instagram @cineteatrosaoluiz

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