O Museu da Fotografia Fortaleza está abrigando a exposição SEJA O QUE DEUS QUISER. Assinada pela fotógrafa Dani Tranchesi, mostra retrata a riqueza e a diversidade cultural brasileira
Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br
O Museu da Fotografia Fortaleza (MFF) acaba de abrir a exposição SEJA O QUE DEUS QUISER, da fotógrafa Dani Tranchesi. A mostra, com curadoria e crônicas assinadas por Diógenes Moura, estará disponível no segundo andar do equipamento até março de 2025. Parte da programação satélite do 3º Fotofestival SOLAR, a exposição celebra a essência brasileira por meio das lentes da artista, com entrada gratuita.
“O Brasil é um país gigantesco e cheio de diversidade, então eu acho que [a exposição] é um pequeno retrato desse Brasil, da vida cotidiana, das festas populares, das festas religiosas, dessa mistura de religiões que a gente tem. Eu acho que é isso, é tentar mostrar para as pessoas coisas que elas não sabem que a gente tem, que existe aqui dentro do nosso país. É isso, é um retrato bem pequeno do Brasil”, define Dani Tranchesi.
A mostra, primeira individual de uma mulher no Museu da Fotografia Fortaleza, reúne cerca de 80 fotografias que documentam manifestações populares em diferentes estados brasileiros, incluindo Distrito Federal, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Pará e Pernambuco. O projeto é fruto de uma pesquisa minuciosa conduzida ao longo de seis anos por Dani Tranchesi, o curador Diógenes Moura e sua equipe, que percorreram o Interior e regiões urbanas do Brasil profundo.
“[A mostra] tem o brilhantismo do Diógenes na hora de fazer a curadoria. Na cabeça dele, as coisas, as imagens se posicionam no espaço, é uma coisa muito interessante de se ver e é brilhante mesmo o trabalho dele. Acho que a gente procurou fazer um caminho que mostrasse, através da curadoria, que a pessoa tivesse um fluxo à exposição nesse caminhar, passando pelos lugares. Assim, não tem uma lógica absoluta, mas tem um caminho a percorrer”, revela a fotógrafa.
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Dentre os destaques da exposição, a fotógrafa ressalta os trabalhos realizados no Vale do Amanhecer, em Brasília, e durante a festa de Iemanjá, em Salvador. Ainda segundo Dani, a experiência de fotografar o cotidiano simples da população dos lugares por onde passou no Brasil evidencia a paixão que nutre pela busca da imprevisibilidade das cenas que encontra nas ruas.
“Durante esses cinco anos, em todas as viagens que fiz, sempre teve detalhes curiosos. Um que está mais recente, mais fresco, é o Vale do Amanhecer, em Brasília. É uma coisa espetacular para os olhos de uma fotógrafa de rua, assim como eu, que gosta de pegar momentos. É um lugar que também gosta de religião, em que você chega e que tem tudo. […] como também foi espetacular a festa de Iemanjá em Salvador, não só a festa, mas a população […] é o Brasil, o Brasil é aquilo. Acho que é isso que me fascina tanto na hora de fotografar na rua. É essa coisa que você não sabe o que você vai encontrar”, compartilha Dani.
A fotógrafa também explica que esse desejo pela captura sem planejamento prévio, mas com sensibilidade e atenção ao que se apresenta diante de sua lente, definiu o título da sua exposição. “O nome, inclusive, SEJA O QUE DEUS QUISER, vem daí, porque é a minha fotografia. Eu saí de casa para fotografar alguma coisa, algum momento, mas eu não tenho a menor ideia do que virá. Então, seja o que Deus quiser, exatamente. E essas imagens são reflexo disso”, discorre Dani, enfatizando sua abordagem fotográfica espontânea e intuitiva.
serviço
Exposição SEJA O QUE DEUS QUISER
Visitação: de terça a domingo, das 12 às 17h;
No Museu da Fotografia Fortaleza (Rua Frederico Borges, 545 – Varjota)
Acesso gratuito