A tentativa de conciliação entre o compositor brasileiro Toninho Geraes e a cantora britânica Adele terminou sem acordo, em audiência realizada nesta quinta-feira (19), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Geraes acusa Adele de plagiar sua composição “Mulheres”, eternizada por Martinho da Vila, na faixa “Million Years Ago”, lançada em 2015.
Fredímio Trotta e Deborah Sztajnberg, advogados de Geraes, disseram à Folha de S.Paulo que a audiência havia sido convocada com urgência pelos representantes legais de Adele e do produtor Greg Kurstin, com o intuito de promover um acordo. Apesar da expectativa, o encontro foi marcado por contratempos. A defensora de Adele, Márcia Cunha, ex-desembargadora, não apresentou a procuração necessária para representá-la legalmente e também não trouxe propostas de conciliação.
Durante a reunião, foi reafirmado que Adele não reconhece a coautoria de Geraes, já que nega qualquer plágio. A situação, que já gerava controvérsias desde o início do ano, se agravou na última semana, quando a Justiça determinou a suspensão da comercialização e reprodução de “Million Years Ago” no Brasil e no exterior sem autorização do compositor, sob pena de multa de R$ 50 mil.
Geraes, que protocolou o processo em fevereiro, pede uma indenização de R$ 1 milhão de Adele, de Greg Kurstin e das gravadoras Sony e Universal, que também estiveram representadas na audiência. Em busca de resolver o impasse, o juiz responsável determinou a contratação de uma museóloga para realizar uma perícia que comparará as composições. A profissional deverá entregar o laudo em janeiro e, a partir do resultado da análise, uma nova audiência será marcada após o fim do recesso do Judiciário.