A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu nesta segunda-feira (13) um inquérito para investigar possível falsificação da assinatura da cantora Adele em documentos vinculados ao caso de plágio envolvendo a música “Mulheres”, composta por Toninho Geraes. As procurações, apresentadas pela Universal Music no processo que acusa a faixa “Million Years Ago” de copiar a canção interpretada por Martinho da Vila, são o foco principal da investigação conduzida pela 1ª DP, localizada na Praça Mauá.
Conforme denunciado pela defesa de Toninho Geraes, os documentos apresentam indícios de adulteração, incluindo rasuras, anotações à mão e padrões irregulares de assinatura. O advogado Fredímio Trotta classifica as procurações como fundamentais para apuração dos crimes de falsificação de documento, falsidade ideológica e fraude processual. Além disso, ele critica os pareceres apresentados pela Universal Music, que, segundo ele, reconhecem similaridades entre as canções mas buscam descaracterizar o plágio ao atribuí-las à recorrência de elementos harmônicos comuns, como o ciclo das quintas.
Desde fevereiro de 2023, quando ingressou com a ação, Geraes pede indenização de R$ 1 milhão contra Adele, o produtor Greg Kurstin e três gravadoras, incluindo a Sony e a Universal Music. A reclamação também inclui a transferência dos direitos autorais de “Million Years Ago”, cuja precificação depende de informações sigilosas que estão sob pedido judicial.
Na semana passada, as defesas de Adele e da Sony Music tentaram reforçar sua posição na Justiça, solicitando caução de US$ 1 milhão para mitigar os impactos de uma decisão liminar que impede a comercialização da faixa. Emitida em 15 de dezembro, a liminar determina a retirada de “Million Years Ago” das plataformas digitais e está em vigor até nova ordem. Até o momento, Adele e as gravadoras envolvidas não se manifestaram sobre as acusações ou os desdobramentos das ações em curso.
