Em um momento em que o Oscar e as polêmicas em torno da premiação dominam as discussões na indústria do entretenimento, a atriz e escritora Fernanda Torres compartilhou suas reflexões sobre a cultura do ódio na internet e os desafios enfrentados durante a campanha de seu filme, “Ainda Estou Aqui”. Em entrevista, a brasileira destacou a dualidade da internet, que, ao mesmo tempo que pode ser um espaço de agressividade e notícias falsas, também se mostra uma ferramenta essencial para artistas independentes.

“O Brasil é muito, muito forte na internet. Os artistas no Brasil tiveram que aprender a navegar nessa coisa selvagem nos últimos 10 anos. Foram alvos de notícias falsas, de agressividade. Mas, ao mesmo tempo, a internet é maravilhosa para uma artista independente como eu, pois me permite lançar minhas peças e livros”, afirmou Fernanda. A atriz também expressou seu choque com os recentes episódios de violência virtual, reforçando sua posição contrária à cultura do ódio: “Estou em choque com o que aconteceu. É triste, é realmente chocante. Mas sou totalmente contra a cultura do ódio na internet. Eu era um alvo e sempre lutei contra isso”.

Além das reflexões sobre o ambiente digital, Fernanda Torres desabafou sobre a exaustiva rotina de campanha pré-Oscar para garantir que “Ainda Estou Aqui” recebesse a devida atenção dos votantes. Ela descreveu o período como “sobre-humano”, com uma agenda intensa de viagens, exibições e sessões de perguntas e respostas. “Viajo sete horas aqui, cinco horas ali, 20 horas, fazendo exibições e perguntas e respostas. O filme nunca teve dinheiro para grandes outdoors; era uma luta de guerrilha, homem a homem”, revelou.

A atriz também lembrou os desafios extras enfrentados durante a campanha, como os incêndios que atingiram Los Angeles logo após a surpreendente indicação ao Globo de Ouro. “No meio daquela tragédia, você ganha algo maravilhoso, mas segue em frente — não há tempo”, comentou.