Especialistas apontam benefícios e precauções para a realização do preenchimento labial

Cada vez mais popular, o preenchimento labial tem atraído quem busca lábios mais volumosos, definidos e hidratados. Mas quais são os reais benefícios do procedimento e os cuidados essenciais para um resultado seguro e natural? Especialistas esclarecem diversas dúvidas sobre o procedimento

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

O preenchimento labial tem se tornado um dos procedimentos estéticos mais procurados para quem deseja realçar a beleza dos lábios. No entanto, além dos ganhos estéticos, a intervenção também pode contribuir para o bem-estar e a autoestima dos pacientes. A busca por um equilíbrio facial também é um dos principais motivos que levam homens e mulheres a realizarem o preenchimento, seja para corrigir assimetrias, dar mais projeção ou apenas revitalizar a região. Com esse panorama, Tapis Rouge entrevistou a dentista e especialista em harmonização facial e rejuvenescimento com naturalidade, Eduarda Diógenes, e o doutor em Odontologia e especialista em Harmonização Orofacial, Filipe Martins, que discorreram sobre diversos tópicos a respeito do procedimento.

Ao falar sobre os benefícios, Eduarda reforça que eles vão muito além da questão estética apenas dos lábios: “O preenchimento labial melhora volume, definição e simetria dos lábios, proporcionando um aspecto mais harmônico e rejuvenescido. Além disso, hidrata profundamente, suaviza rugas periorais [famoso “código de barras”] e realça o contorno natural da boca, garantindo um efeito sofisticado e natural”, disserta.

Pelo poder de correção, o preenchimento também pode ser um grande aliado para pacientes que passaram por cirurgia reparadora de lábio leporino, como salienta Filipe Martins. Segundo o especialista, pessoas que passaram por essa intervenção podem apresentar diferenças de volume e assimetria no lábio superior. “Estudos demonstram que o ácido hialurônico melhora a definição do arco do cupido e a hidratação da mucosa labial, favorecendo a harmonia orofacial. Além disso, a técnica pode melhorar a função labial, auxiliando na fala e na movimentação da boca”, acrescenta.

Dentre os diferentes tipos do procedimento estético, o mais utilizado e seguro é o ácido hialurônico, por ser biocompatível e reabsorvível pelo organismo, de acordo com a dentista Eduarda Diógenes. “Os produtos mais modernos possuem tecnologias que garantem maior durabilidade e naturalidade, como o ácido hialurônico de diferentes pesos moleculares”, discorre. Em complemento, Filipe Martins informa que os preenchedores à base da substância são divididos nas categorias: baixa, média e alta reticulação. “A reticulação está relacionada às propriedades físico-químicas e biomecânicas como: grau de coesividade, viscosidade e elasticidade (…) e adaptabilidade ao movimento. O material utilizado deve conferir todas estas propriedades. Atualmente, o que está em alta são os de baixa e média reticulação”, diz.

Resultados

O resultado inicial do procedimento é instantâneo, conforme indicam os especialistas. No entanto, o efeito final demora de uma a duas semanas para aparecer, pois é quando o inchaço reduz e o produto se acomoda nos tecidos do lábio, elucida Eduarda. Quanto à reaplicação da substância, o doutor em Odontologia afirma que depende do tipo de produto usado e a sua absorção pelo corpo. “No geral, o efeito dura entre seis a doze meses, sendo recomendado um retoque dentro desse período para manter a definição e a hidratação”, orienta.

Os profissionais esclarecem ainda que são necessários cuidados antes e após a realização do preenchimento labial. Eduarda e Martins instruem que, antes do procedimento, é importante evitar anti-inflamatórios e anticoagulantes (como aspirina) para reduzir o risco de hematomas. Também não indicam o consumo de bebidas alcoólicas nas 24h anteriores, pois a ingestão de álcool pode aumentar o inchaço, devido à retenção de líquido. Após a aplicação, os especialistas não recomendam exercícios físicos intensos, exposição ao sol e calor excessivo nas primeiras 48 horas, não manipular ou pressionar a região nos primeiros dias, tomar a medicação prescrita pelo profissional e evitar o uso de batons logo após o procedimento. Além disso, é fundamental manter a hidratação da pele e dos lábios antes e depois da intervenção.

Cuidados

Caso as recomendações sejam negligenciadas, efeitos colaterais adversos podem surgir, como alertam os especialistas. “Os mais comuns incluem inchaço, pequenos hematomas e leve sensibilidade nos primeiros dias. Em casos mais raros, pode ocorrer obstrução vascular, nódulos ou reações alérgicas”, revela Eduarda. Outros riscos como granulomas e infecções, além da oclusão vascular, também podem acontecer, segundo Felipe. “A obstrução de um vaso sanguíneo pode comprometer a circulação na região e, se não tratada rapidamente, causar necrose tecidual. Em caso de complicações, a hialuronidase pode ser aplicada para dissolver o ácido hialurônico e reverter o problema. (…) O tratamento [também] pode incluir terapia medicamentosa e tecnologias complementares, como a fotobiomodulação [laserterapia]”, adiciona. “O procedimento deve ser realizado por um profissional qualificado, com produtos de alta qualidade e técnicas seguras”, aconselha a dentista.

Apesar de ser uma das alternativas mais conhecidas e procuradas quando o assunto é aumento dos lábios, o preenchimento labial com ácido hialurônico não é a única opção, como cita Eduarda. “Há o lip lift, cirurgia que aumenta a exposição do lábio superior, bioestimuladores de colágeno, que melhoram a estrutura da região ao longo do tempo, e técnicas não invasivas, como o uso de laser ou microagulhamento para estímulo de colágeno e melhora da textura labial”, diz. “(…) utilização de PRF (Plasma Rico em Plaqueta), como vitaminas e aminoácidos, para revitalizar a mucosa labial, deixando-a mais viçosa e com um leve aumento de volume devido à hidratação profunda. O envelhecimento é contínuo, os cuidados também devem ser”, inclui Filipe Martins.

Por fim, os especialistas advertem que algumas condições de saúde podem impedir a aplicação de preenchedores labiais, tornando essencial uma avaliação criteriosa antes do tratamento. “O procedimento não é indicado para gestantes, lactantes, pessoas com infecções ativas nos lábios [como herpes em atividade], doenças autoimunes descompensadas ou histórico de reações alérgicas graves a preenchedores”, explica Eduarda. A intervenção também é desencorajada para pessoas que têm tendência à formação de queloides ou cicatrização alterada, como agrega Martins. “O mais importante é sempre passar por uma avaliação criteriosa antes do procedimento para garantir segurança e um resultado bonito e natural”, incentiva.

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