Heloisa Teixeira, membro da Academia Brasileira de Letras, morre aos 85 anos

O Brasil perdeu nesta quinta-feira (27) uma de suas maiores intelectuais: Heloisa Teixeira, crítica literária, pesquisadora e referência na luta contra a desigualdade de gênero, morreu aos 85 anos. Décima mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL), a imortal deixou um legado que atravessou décadas, conectando literatura, cultura periférica e ativismo. Anteriormente, ela era reconhecida pelo nome “Heloisa Buarque de Hollanda”, herdado do ex-marido, Luiz Buarque de Hollanda.

Com formação em Letras Clássicas (PUC-Rio), mestrado e doutorado em Literatura Brasileira (UFRJ) e pós-doutorado em Sociologia da Cultura (Universidade de Columbia), Heloisa era uma pensadora múltipla. Dirigia o Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordenava projetos como o Universidade das Quebradas, voltado para a inclusão de vozes periféricas no meio acadêmico, e o Fórum M, espaço dedicado ao debate sobre mulheres na universidade. Seu trabalho pioneiro abrangia desde a poesia marginal até o impacto das tecnologias digitais na cultura.

Autora de obras fundamentais, como “26 Poetas Hoje” (1976) — antologia que revelou nomes como Ana Cristina Cesar e Cacaso —, Heloisa também atuou como curadora de exposições marcantes, como “Estética da Periferia” (2005) e “Vento Forte: 50 Anos de Teatro Oficina” (2009). Na televisão e no rádio, comandou programas como Culturama (TVE) e Café com Letra (Rádio MEC), além de dirigir documentários e editoras, incluindo a Aeroplano e a Editora UFRJ.

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