Aclamando a poesia de Vinicius de Moraes, Arca de Noé estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas, com Rodrigo Santoro na voz de um dos personagens. Ao Tapis Rouge, diretores Sérgio Machado e Alois Di Leo falam que a animação promete emocionar com temas de aceitação e preservação ambiental
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Com uma estética que celebra a poesia de Vinicius de Moraes e um elenco estelar, a animação Arca de Noé estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas, trazendo clássicos da MPB nas vozes de nomes como Rodrigo Santoro, Marcelo Adnet e Alice Braga. Sob direção de Sérgio Machado e Alois Di Leo, o filme é uma das produções brasileiras mais aguardadas do ano e já foi vendido para mais de 70 países.
Inspirado nos versos de Vinicius de Moraes, o longa-metragem conta a história de Tom e Vini (Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet), dois ratos que tentam sobreviver ao dilúvio a bordo de uma arca repleta de animais. “Foi um sonho acalentado por nós durante anos”, diz o diretor Sérgio Machado ao Tapis Rouge, destacando o impacto cultural da obra.
A ideia de transformar os poemas infantis de Vinicius, como A Casa e O Leão, em um filme partiu de Susana de Moraes, filha do poeta, que buscava ampliar o acesso das novas gerações à obra do pai. O projeto ganhou corpo com a parceria de produtores como Caio e Fabiano Gullane, além de Walter Salles (Ainda Estou Aqui) e Maria Carlota Bruno, da Videofilmes. Sérgio destaca que o filme combina humor e reflexão numa aura de nostalgia: “Queríamos trazer uma mensagem de aceitação do outro e de cuidado com o meio ambiente, criando uma metáfora para o planeta Terra, que precisa ser protegido”.
O processo de criação incluiu a participação de um extenso elenco de vozes composto por artistas de peso, incluindo Seu Jorge e Lázaro Ramos. Segundo Machado, reunir tantos talentos era uma ambição desde o início. “Eu queria que todas as vozes fossem feitas por grandes atores. E o melhor é que ninguém hesitou quando soube que era a Arca de Noé do Vinicius”, conta o diretor. “Todo mundo cresceu ouvindo essas músicas. Era uma vontade coletiva de participar”.
Trilha sonora
Além de uma produção técnica cuidadosa, a trilha sonora também recebeu atenção especial, revisitando novas interpretações das composições de Vinicius. Nomes como Chico César e Adriana Calcanhotto assumem canções icônicas, resgatando a memória afetiva que permeia o imaginário coletivo. “A Arca é quase uma instituição, uma tradição que atravessa gerações”, comenta ainda Machado. “O filme é para crianças, mas traz nuances que só um adulto percebe. E isso cria um diálogo entre públicos de todas as idades”, acrescenta.
Alois Di Leo, co-criador da animação, por sua vez, destaca as influências cinematográficas que moldaram o visual da animação. “Tivemos inspirações que vão de Buster Keaton aos Três Patetas e até Charles Chaplin”, diz, referindo-se à personalidade dos personagens, que dialogam com grandes nomes do cinema. Além disso, a escolha das características dos animais ganhou referências modernas, como uma mosca inspirada em Amy Winehouse e uma pulga ao estilo Billie Eilish, dando ao filme um toque contemporâneo.
Por fim, Sérgio vê a obra como uma oportunidade de aproximação entre gerações e de diálogo sobre temas fundamentais. “Esperamos que a Arca traga de volta o público para o cinema nacional, não só para rir e se emocionar, mas também para refletir sobre valores essenciais”, finaliza
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Filme Arca de Noé
Estreia nesta quinta-feira (7) nos cinemas
Musical/Aventura – 1h35min
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