O Museu da Imagem e do Som promove neste fim de semana uma programação diversificada envolvendo diferentes linguagens artísticas. Na sexta (8), acontece uma fala aberta com Izzi Vitório, dentro do Ateliê de Criação Tecnologias Transvestigêneres. No sábado (9), haverá mais uma apresentação da Camerata de Cordas da UFC, desta vez dedicada à música brasileira. Já no domingo (10), será realizada a Feira da Fotografia, evento mensal que nesta edição inclui ainda oficina de autorretrato com Jane Batista e uma fala aberta sobre fotojornalismo com Mariana Parente, ambas abordando a temática do mês da Consciência Negra. No mês em que se demarca o Novembro Negro, o MIS integra o 2° Festival Afrocearensidades, cujo titulo é “Na ginga dos Saberes Ancestrais”. O Museu traz atividades voltadas à pluralidade de expressões das tradições afro-brasileiras, ampliando espaço para discussões sobre identidade e representatividade em suas programações. O festival é realizado pela Secretaria da Igualdade Racial em parceria com a Secretaria da Cultura do Ceará e destaca o compromisso do Governo do Estado com a valorização e a difusão das culturas negras. Todos os eventos são gratuitos. O MIS integra a Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, com gestão parceira do Instituto Mirante de Cultura e Arte.
Camerata de Cordas da UFC
A Camerata de Cordas da UFC realiza neste mês de novembro um concerto especialmente dedicado à música brasileira, desde o erudito ao popular, de compositores de várias épocas e regiões do país, com atenção especial aos compositores cearenses. Músicas de Alberto Nepomuceno, Ednardo, Fausto Nilo, Fagner, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Pixinguinha, Heitor Villa Lobos e outros compõem o repertório. O espetáculo marca os dois anos de apresentações da Camerata no MIS. A apresentação acontece no sábado (9), às 18h, na Praça do MIS.
A Camerata de Cordas da UFC – Fortaleza iniciou suas atividades em março de 2016, sob a direção da Prof.a Dra. Liu Man Ying (violino e viola) e da Prof.a Ms. Dora Utermohl de Queiroz (violoncelo e contrabaixo). O grupo desenvolve um repertório pedagogicamente selecionado de ampla abrangência, desde músicas eruditas dos períodos barroco, clássico, romântico, música popular brasileira até repertório de video games. A Camerata é formada atualmente por 25 alunos da graduação e extensão em Música da UFC e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Ceará e da Pró-reitoria de Cultura da UFC. Também conta com professores colaboradores voluntários como os professores Leandro Serafim (regência), Nadilson Gama (solo de violino); Ana Vitória Santos (violoncelo) e Inácio Saldanha (compositor residente).
Conversas Experimentais com Izzi Vitório
Neste encontro, Izzi Vitório traz provocações que tem permeado seus trabalhos, pesquisas e modos de habitar o mundo sendo um cineasta, artista e produtor negro, migrante, trans entre muitas outras coisas. Orbitando o universo e algumas leituras de Edouard Glissant e Mestre Nego Bispo, a fala buscará trocar sobre como se continua criando possibilidades de vida e formas de arte sem nos afastarmos de quem somos e sem nos tornarmos o que o mundo visível nos impele a ser. Entre o visível e o invisível, as queimadas, inundações, terremotos e cataclismas do planeta, fazer arte ainda nos salva ou vez ou outra mata um pouco? A fala acontece na sexta (8), das 18h às 20h, no auditório (Casarão). Estão sendo ofertadas 50 vagas e a entrada é por ordem de chegada.
Izzi Vitório é bixa preta, transmasculino, goiano radicado no Ceará. É produtor, pesquisador e realizador audiovisual. Sócio-fundador da Cavala Filmes, produtora independente focada em projetos atravessados por questões de raça e desobediência de gênero. Trabalha principalmente com roteiro, direção e produção executiva. Também faz parte do coletivo Fazeno Rock. Pesquisa a ficção especulativa, intuitiva e autobiográfica. Concluiu em 2021 o curso de Realização Audiovisual pela Escola Pública Vila das Artes em Fortaleza e em 2023 o curso Construção de Roteiro pela Escola Internacional de Cinema e Televisão (EICTV) de San Antonio de los Baños, em Cuba.
Feira da Fotografia
A Feira da Fotografia é realizada no MIS sempre no segundo domingo de cada mês. Criada em 2012 pelo fotógrafo Chico Gomes, passou a ser realizada no MIS em 2022. O evento é um espaço para difusão da fotografia, comercialização de equipamentos fotográficos novos e antigos, fotos, livros relacionados às artes visuais e outros itens relacionados. A iniciativa inclui ainda outras atividades, como oficinas e palestras, projetadas para atender tanto aos fotógrafos profissionais quanto aos entusiastas da fotografia, criando oportunidades e estimulando o intercâmbio cultural.
A próxima edição da Feira da Fotografia acontece neste domingo (10), das 15h às 19h, na praça do MIS, e conta com a seguinte programação paralela:
Oficina de Autorretrato com Jane Batista
A oficina de Autorretrato com Jane Batista integra a programação da Feira da Fotografia realizada mensalmente pelo MIS. A atividade oferece uma oportunidade de autodescoberta e expressão da identidade, fundamentais para a afirmação de corpos racializados, oferecendo uma imersão na fotografia. Dividida em três etapas – Autobiografia, Descoberta da Autoficção e Autoficção –, a atividade convida os participantes a explorarem sua identidade e criatividade através do uso de recursos simples e pessoais, como tecidos, espelhos e objetos cotidianos. Desde a captura do autorretrato até a edição das imagens, os participantes descobrem como expressar sua essência e história, transformando medos, sonhos e incertezas em arte. Ao final, cada um terá uma sequência de três imagens que revelam diferentes facetas de si mesmo, promovendo autoconhecimento e estimulando novas perspectivas sobre o próprio ser. A oficina acontece no dia 10 de novembro (domingo), das 13h às 16h, na sala multiuso (andar -1 do Anexo). Estão sendo ofertadas 20 vagas e as inscrições devem ser feitas neste link.
Jane Batista, nascida em 1975 em Piripiri, Piauí, é fotógrafa performática e poeta de origem afro-indígena, vivendo e trabalhando em Fortaleza, Ceará. Desde 2020, dedica-se à fotografia de forma autodidata, utilizando exclusivamente o telefone móvel para capturar e editar suas imagens. Por meio de experimentações com o autorretrato, encontrou uma forma de expressão e refúgio para suas fantasias, medos e sonhos, usando o próprio corpo e objetos do cotidiano para explorar sua identidade. Seu trabalho reflete questões de gênero, raça e classe, revelando múltiplas facetas do ser feminino, preto e periférico. Além disso, retrata paisagens e personagens do litoral urbano de Fortaleza, especialmente na praia do Titanzinho, onde reside. Desde 2020, integra o grupo de mentoria “Sol Para Mulheres”, voltado para fotógrafas e artistas visuais, sob a liderança de Patrícia Veloso.
Fala Aberta sobre Fotojornalismo com Mariana Parente
A fala aberta sobre fotojornalismo, também parte da programação da Feira da Fotografia, trará uma reflexão profunda sobre a prática de capturar histórias através das lentes, com ênfase no papel do fotojornalista na construção de narrativas visuais impactantes. O público terá a oportunidade de explorar os desafios de cobrir eventos em tempo real, a necessidade de precisão e sensibilidade para registrar o momento certo, e a importância da fotografia como ferramenta de documentação histórica e social. A experiência será enriquecida com relatos sobre o cotidiano do fotojornalista, os dilemas éticos da profissão e as nuances que envolvem o trabalho em diferentes contextos, desde eventos culturais até reportagens de grande alcance. A fala ressalta ainda o papel da fotografia na construção de narrativas que refletem a diversidade cultural e social do Brasil, crucial para a luta por representatividade e justiça.
A discussão também abordará as transformações no mercado de trabalho fotográfico, o impacto das novas tecnologias e a relevância do fotojornalismo em tempos de sobrecarga de informações visuais. Com uma abordagem prática e vivencial, a fala proporcionará ao público uma visão ampliada sobre o processo criativo e técnico por trás das imagens que informam e emocionam. A participação ativa em diversas frentes da fotografia, como exposições, eventos culturais e espetáculos teatrais, também será ponto de partida para discutir as possibilidades e os caminhos profissionais dentro do universo fotográfico. A fala acontecerá no dia 10 (domingo), às 16h30, na praça do MIS.
Mariana Parente ingressou no curso de Jornalismo, na Estácio, em 2010 e se aprofundou na área da Fotografia, onde se apaixonou pelo fotojornalismo. Fez diversos cursos de fotografia, dentre eles o da Escola Travessa da Imagem. Já fez ensaios fotográficos, eventos e aniversários. Fez estágio na Hokma Comunicação e depois no jornal O Povo, quando teve uma foto publicada no New York Times. Foi fotógrafa do Museu da Fotografia de Fortaleza, onde também ministrou oficinas. Vem atuando como fotógrafa autônoma, registrando eventos, espetáculos teatrais, retratos e ensaios fotográficos individuais.
Serviço
Camerata de Cordas da UFC
Data: 9 de novembro (sábado)
Horário: 18h
Local: praça do MIS
Acesso gratuito.
Conversas Experimentais com Izzi Vitório: entre o visível e o invisível, como sonhar e lembrar das utopias em um mundo/museu em colapso?
Data: 8 de novembro (sexta)
Horário: 18h às 20h
Local: auditório do MIS (Casarão)
Acesso gratuito.
Feira da Fotografia
Data: 10 de novembro (domingo)
Horário: 15h às 19h
Local: praça do MIS
Acesso gratuito.
Oficina de Autorretrato com Jane Batista
Data: 10 de novembro (domingo)
Horário: 13h às 16h
Local: sala multiuso
Vagas: 20
Inscrições: neste link.
Acesso gratuito.
Fala Aberta sobre Fotojornalismo com Mariana Parente
Data: 10 de novembro (domingo)
Horário: 16h30
Local: praça do MIS.
Acesso gratuito.
Museu da Imagem e do Som do Ceará
Endereço: Av. Barão de Studart, 410. Meireles.
Funcionamento: Quarta e quinta: 10h às 18h, com acesso às exposições até 17h30. // Sexta a domingo: 13h às 20h, com acesso às exposições até 19h30.
Entrada: gratuita.
Acompanhe a programação completa no Instagram: @mis_ceara.