No palco do Cineteatro São Luiz, neste domingo (4), o cantor e compositor Ednardo celebra 50 anos dedicados à música, com show especial. Ao Tapis Rouge, o cearense dá detalhes sobre esta visita ao passado
Danielber Noronha
danielber@ootimista.com.br
Um legado pode se construir de muitas maneiras, mas começa a partir de uma escolha. Quando, há 50 anos, às vésperas de se formar em Engenharia Química, Ednardo decidiu deixar tudo para trás, incluindo seus amores, e viver de música no eixo Rio/São Paulo, começava a trilhar os passos que o levariam ao estrelato, tornando-se um dos maiores nomes da música popular brasileira Hoje, o cearense celebra cinco décadas dedicadas à música, e decidiu comemorar o marco com um show, Sarau Vox 72 – 50 anos de canções, que o faz regressar à terra natal para uma apresentação neste domingo (4), a partir das 18 horas, no Cineteatro São Luiz. Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) – com doação de 1kg de alimento não perecível -, podendo ser adquiridos no site Sympla ou na bilheteria física do equipamento.
O nome da montagem musical faz referência a um projeto de 1972, mas nunca visto pelo grande público até este ano, gravado, inclusive, bem próximo de onde ele se apresentará – a loja de discos Vox, que funcionava às margens da Praça do Ferreira. Em uma prosa de bar com o amigo Geraldo Barbosa surgiu a ideia de fazer um sarau de despedida para Ednardo e assim eles fizeram. Para aproveitar o meio século de carreira, o cantor foi questionado sobre a possibilidade de um material inédito. Foi aí que, em conversa com Barbosa, encontrou, em perfeito estado, a fita K7 do sarau. O material passou por um processo de digitalização, equalização e masterização, sendo lançado como Sarau Vox 72 em abril último, disponível nas plataformas digitais, incluindo sucessos como Beira Mar, Carneiro e Mucuripe.
“O fio condutor principal é feito por algumas músicas emblemáticas do disco, mas é lógico que o repertório também contém músicas de outros discos que lancei e fazem parte do cancioneiro brasileiro com inquestionável aceitação popular”, detalha Ednardo em entrevista ao Tapis Rouge. Ele virá acompanhado de Carlinhos Patriolino na guitarra, Luiz Miguel no baixo, Igor Ribeiro na bateria e Cláudio Mendes no teclado e samplers. Este último é responsável também por criar novos arranjos para os clássicos da carreira do colega de palco.
Inspiração sem freios
A data celebrada por ele, contudo, seria maior se considerasse também o tempo que fazia shows, aparições em programas e pontas em festivais. Estes anos contados oficialmente foram suficientes para criar uma vitrine de 14 álbuns, incluindo o aclamado Pessoal do Ceará, onde dividiu vocais com Amelinha e Belchior, e mais de 300 composições, a exemplo de Pavão Mysteriozo e Terral. Para idealizar este catálogo, relata Ednardo, as inspirações podem brotar dos causos mais corriqueiros da vida. “Busco motivos para compor minhas músicas no seio das pessoas em seu cotidiano, tanto na ambiência urbana e rural de minha terra e de todo o meu País. Também me interessa bastante observar as nossas andanças. Há várias fontes, entre elas a observação atenta dos fatos ou uma visão indelével da geografia afetiva de um lugar, ou a história e costumes de um povo”, elenca.
Após ter atendido ao chamado da música sem pestanejar, Ednardo representa o Ceará que deu certo e foi responsável por ampliar a dimensão nacional de manifestações como maracatu, frevo, forró, baião e cordel, que, em sua obra, ganharam pitadas de rock, blues, boleros e outros ritmos. Tudo sendo feito, como ele mesmo define, com “bastante intensidade”.
Serviço
Show de Ednardo: Sarau Vox 72 – 50 anos de canções
Domingo (4), às 18h
No Cineteatro São Luiz (R. Major Facundo, 500, Centro)
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) + 1kg de alimento não-perecível
Vendas online: site.bileto.sympla.com.br/cineteatrosaoluiz/
Funcionamento da bilheteria: terça a sexta no horário de 9h30 às 18h e aos sábados no horário de 9h30 às 17h.