Celebrando 25 anos, grupo paulistano Barbatuques se apresenta neste fim de semana no Theatro José de Alencar, em duas sessões, explorando o corpo como instrumento de música, alegria e toda a diversidade sonora brasileira
Danielber Noronha
danielber@ootimista.com.br
Apresentando o baianá, ritmo típico alagoano, e muitos outros sons tão característicos do Brasil, lá se vão 25 anos de história do Barbatuques, que está cruzando o País com a mais extensa turnê já programada pelo grupo até o momento. O intuito é comemorar as bodas de prata com os admiradores dessa sinfonia que utiliza o corpo como instrumento musical. Intitulada Barbatuques 25 anos, a nova leva de shows ganhará o palco do Theatro José de Alencar (TJA) neste final de semana. As apresentações ocorrem neste sábado (2), às 20h, e domingo (3), às 16h, com ingressos custando R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), disponíveis no site Sympla.
O público pode esperar estética visual e repertório renovados, mas, acima de tudo, um convite pela discografia do grupo paulistano, conforme detalha João Simão, um dos 13 integrantes da trupe musical. Serão explorados os ritmos e cantos afro-brasileiros do primeiro disco, O Corpo do Som (2002), como as faixas Do Mangue a Manga, Barbapapa’s Groove e, uma das mais conhecidas do repertório, a Baião Destemperado, que viralizou recentemente nos Reels do Instagram e vídeos do TikTok. Do segundo disco, O Seguinte é Esse (2004), que rendeu a energizante Baianá, faixa que ganhou versões remixadas por nomes como Alok e outros DJs da cena eletrônica internacional.
Simão se diz muito contente com a abrangência de algumas faixas e relembra como iniciou o viral de Baianá nas redes. “As meninas do grupo estavam no quintal de uma loja de roupa fazendo prova e, despretensiosamente, gravamos elas dançando baianá e aquilo viralizou muito. É muito engraçado a maneira como acontecem esses fenômenos da internet”, comenta. “A gente fica muito feliz e surpreso com tudo isso, de ver DJs que a gente nem conhecia chegando até a nossa música e levando o nosso som ainda mais longe”, acrescenta.
O show reserva, ainda, uma homenagem a Fernando Barba, criador do grupo falecido em fevereiro de 2021. “A apresentação traz trechos de projeção de vídeo e ele se faz presente de uma forma muito forte. É impressionante a presença do Barba e reforça a nossa união enquanto coletivo”, frisa.
Soltar a voz do corpo
Outro importante viés da atuação do Barbatuque ao longo das décadas é o educativo, tornando-se uma significativa ferramenta pedagógica. Para exemplificar, recentemente o grupo lançou um songbook, com partituras de músicas transcritas e cifradas, além de um vasto material sobre técnicas de música corporal, com intuito de amplificar o acesso a essa linguagem. “Reunimos cerca de 100 pessoas divididas em dois grupos em turmas de mais ou menos duas horas de duração. No encontro, passamos a visão de um corpo musical, capaz de produzir ritmos e sons, pensando sempre no coletivo”, detalha João Simão.
No TJA, duas oficinas gratuitas irão ocorrer de forma simultânea no sábado, das 9h às 11h, com vagas já totalmente preenchidas. “É aberto ao público, mas costumamos receber adolescentes curiosos para saber como produzimos nossos sons, pedagogos e arte educadores”, destaca. Segundo o músico, essa é uma forma de ter contato mais próximo com o público. “A simetria do público e palco aproxima, mas na oficina estamos no mesmo nível. É um prazer enorme”, define. A culminância da oficina se faz justamente em frente aos holofotes, em um dos momentos de improviso da apresentação, quando os integrantes convidam os alunos para subirem ao palco e participarem juntos. “Esse contato com o público local é valioso e os momentos de improviso são muito ricos”, completa João Simão.
Serviço
Show “Barbatuques 25 Anos”
Neste sábado (2), às 20h, e domingo (3), às 16h
No Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro)
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Vendas: www.sympla.com.br
