Com uma programação que vai de 10 de setembro a 10 de novembro, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, no Dragão do Mar, recebe a itinerância da 35ª Bienal de São Paulo, com uma curadoria que explora as urgências do mundo contemporâneo. Saiba mais

Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br

O Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), localizado no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, abre suas portas nesta terça-feira (10) para receber a itinerância da 35ª Bienal de São Paulo. Com o título Coreografias do Impossível, a exposição gratuita exibe obras de 14 artistas nacionais e internacionais, sob a curadoria de Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. A abertura, marcada para às 18h, será seguida por uma vernissage e ficará em cartaz até 10 de novembro.

A exposição

A curadoria é composta por um time de destaque que convida o público a explorar novas perspectivas sobre o mundo contemporâneo. Para Diane Lima, um dos nomes à frente da curadoria, a Bienal busca “lançar um olhar poético sobre as complexidades e urgências do mundo contemporâneo”, oferecendo ao público a chance de se envolver com questões profundas e pertinentes.

Entre as obras em destaque, está Kwema [em tradução, Amanhecer], do amazonense Denilson Baniwa, que, em parceria com lideranças indígenas, explora a resistência e o pertencimento dos povos Baniwa. Outro destaque é o coletivo Mahku, que apresenta pinturas inspiradas em cantos sagrados Huni Meka, reverberando o ativismo cultural dos povos Huni Kuin. O público também poderá conferir o trabalho de Katherine Dunham, pioneira da dança moderna, cujas pesquisas sobre ritmos caribenhos são exibidas em vídeo.

A exposição não se limita às artes visuais. Nontsikelelo Mutiti, artista e educadora, traz uma reflexão sobre as tranças e os cabelos como símbolos da diáspora africana, destacando o significado político e estético desses elementos. Também estarão em exibição as aquarelas de Melchor María Mercado, que retratam paisagens e costumes da Bolívia, e o filme Shakedown (2018), de Leilah Weinraub, que documenta a vida em um clube de strip-tease lésbico em Los Angeles.
Além da exposição, o MAC-CE e a Fundação Bienal de São Paulo promoverão ações de arte-educação durante o período expositivo. As atividades incluem visitas guiadas e rodas de conversa, abordando temas como o direito à moradia e a luta dos povos indígenas.

Fortaleza no mapa da Arte

Fortaleza é uma das 14 cidades que receberão a itinerância da 35ª Bienal de São Paulo, reforçando sua importância no cenário nacional das artes visuais. Para Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, trazer a Bienal para sua cidade natal é motivo de orgulho. “Trazer a 35ª Bienal de São Paulo para esse lugar emblemático reforça a conexão entre a Bienal e a cultura cearense, estabelecendo novas pontes com o público e o cenário artístico local”, afirma.

A itinerância da Bienal de São Paulo em Fortaleza é uma oportunidade para o público cearense experimentar reflexões profundas sobre questões sociais, políticas e culturais. Cecília Bedê, gestora do museu, lembra que essa é a segunda vez que o Museu recebe uma edição da Bienal, reforçando o papel do equipamento público no circuito das artes visuais. “O MAC-CE tem realizado um intercâmbio de exposições de diferentes tipologias e conceitos, sendo espaço vital para a pujante produção artística cearense e para a circulação de mostras nacionais e internacionais”, comenta.

Helena Barbosa, superintendente do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, destaca a relevância da exposição no cenário artístico cearense. “A temática desta 35ª edição dialoga com a ancestralidade do Dragão e a sua atuação de fomento ao pensamento crítico, ao lançar mão de poéticas para insurgir com questões urgentes da contemporaneidade”.

Serviço

35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível (Itinerância Fortaleza)
Abertura nesta terça-feira, (10), às 18h
Varanda dos Museus e vernissage do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Avenida Presidente Castelo Branco, s/n
Visitações até 10 de novembro de 2024, de quarta a sexta, das 9h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h; último acesso às 17h30
Acesso gratuito