Pré-estreia do longa Bem-vinda a Quixeramobim, filmado no Ceará, ocorre no Cineteatro São Luiz nesta terça-feira (4) e terá a presença do diretor Halder Gomes. Elenco conta com com Monique Alfradique, Max Petterson e Edmilson Filho
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Há muito tempo já caiu em desuso a premissa de que o Brasil não tem um cinema de primeira categoria. E quando se fala de filmes de fora do eixo Rio-São Paulo, as produções tem ganhado ainda mais notoriedade devido à qualidade. Foi o que aconteceu com Cine Holliúdy e é o que deve acontecer com Bem-vinda a Quixeramobim, que tem pré-estreia para dia 4 de outubro no Cineteatro São Luiz, às 19h, com presença do diretor Halder Gomes.
No filme, Aimee (Monique Alfradique) é herdeira de um empresário envolvido em um escândalo de corrupção e tem seus bens bloqueados. Sem o dinheiro, precisa se refugiar na última propriedade da família: uma fazenda em ruínas em Quixeramobim, no interior do Ceará. Fingindo viver um “período sabático”, a influencer tem que lidar com sua nova vida e sustentar a mentira.
Após vencer o prêmio de Melhor Atriz pelo filme no 26º Inffinito Film Festival, em Miami, Monique falou ao Tapis Rouge, ressaltando a experiência ímpar em filmar no interior do Ceará. “Filmar no sertão cearense foi muito especial. A cultura local e a natureza com uma beleza extraordinária me trouxeram uma energia incrível. Foi uma experiência maravilhosa e essencial para minha construção da personagem. Estava imersa no ambiente da história”, compartilhou a atriz.Edmilson Filho, o Francisgleydisson de Cine Holliúdy e o influenciador “paricearense” Max Petterson integram o elenco de estrelas, que ainda conta com participações de Silvero Pereira, Luís Miranda e Falcão.
A direção e o roteiro são de Halder Gomes, que já galgou o título de “Lumiére do seu tempo”. Ao Tapis Rouge, o diretor fala sobre o papel do tipo de longa-metragem que traz às telas, principalmente no que cerne à comédia. “Eu acredito que é uma comédia que tem a seriedade como um grande elemento, mas é a soma de várias paletas”, reflete.
“A principal mensagem do filme é o quão patética e ridícula é a xenofobia. Fala de encontros improváveis, de choques culturais, sociais e econômicos que poderiam repelir, mas essas diferenças os aproximam. Eu gosto de mundos diferentes que se encontram e esse filme mostra o quanto isso é prazeroso”, pontua o fortalezense.
Embora Bem-vinda a Quixeramobim traga o nome da cidade do Sertão Central em seu título, boa parte das gravações aconteceram no município vizinho de Quixadá, no distrito de Juatama. Isso aconteceu devido ao isolamento social em decorrência da pandemia de covid-19, que também fez com que as cenas de São Paulo fossem filmadas em Fortaleza. A equipe foi reduzida e os cuidados precisaram ser redobrados.
“Teve um dia que me marcou muito. Era uma cena dentro do pau-de-arara e uma criança chupava uma manga toda babada. Essa manga cairia no chão e outra pessoa pegava e ia chupar. Só que, pelo protocolo, a outra pessoa não podia tocar. Só que naquela confusão de vários takes, misturou as mangas. Foi uma loucura. Aí eu falei: ‘Para! Vamos ter calma, não vamos nos enervar porque uma coisa eu garanto: não existe, em nenhum lugar do mundo, nesse prezado momento, (alguém que) esteja fazendo um filme que tenha uma cena de duas mangas babadas. Para, vai atrair mais manga e a gente continua a cena’. Foi muito engraçado na hora”, ri o diretor.
Monique também ri de alguns perrengues que passou durante as filmagens. “Eu atraia os bichos no meu quarto do hotel. Apareceu de tudo, desde aranha e caçote até cobra! Isso foi inédito pra mim. Deu tudo certo, mas deu um medinho, confesso. Imagina você receber uma visita inesperada de uma cobra jararaca?”, conta.
Bem-vinda a Quixeramobim foi exibido, em abril deste ano, no 24º Festival do Cinema Brasileiro de Paris, sendo o único cearense da edição. No festival, também foi exibido Marighella, de Wagner Moura.
Serviço
Pré-estreia de “Bem-vinda a Quixeramobim” e bate-papo com o diretor Halder Gomes
Nesta terça (4/10), às 19h
Cineteatro São Luiz. Rua Major Facundo, 500, Centro.
Entrada: R$ 10 (inteira)
e R$ 5 (meia)
Ingresso: Sympla e bilheteria do teatro