Ciro Gomes (PDT) dispensa apresentações. Terceiro lugar nas últimas eleições para a presidência, o ex-governador cearense, tido como uma terceira via em meio à polarização que crescia em 2018, continua um forte concorrente ao cargo e não nega a pretensão de disputar novamente em 2022.
Mais ainda diante do cenário atual, onde, segundo ele, o Brasil “é governado por um canalha, despreparado”, avalia. “E mais cedo ou mais tarde todo brasileiro vai perceber”, completa Ciro sobre o presidente Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista exclusiva para o colunista Adriano Nogueira.
Durante o encontro, o líder político comentou a sua recente reaproximação com Tasso Jereissati, seu padrinho político com quem esteve rompido nos últimos anos; a sua relação com o PT; a necessidade de avaliar as alianças políticas com as forças que apoiam o governo federal sob uma perspectiva local e, claro, os rumos do atual governo.
O senhor acredita que perdeu potenciais eleitores em 2020 ao não se engajar na campanha de Fernando Haddad no segundo turno?
Não. Essas coisas a gente calcula o que é certo ser feito, e o efeito eleitoral disso pouca importância tem naquela data. Na minha opinião, Bolsonoro, pelo que tem de pior, representa o preço que a sociedade brasileira amargamente está pagando pela inexplicável contradição do PT em dois campos. A corrupção generalizada (porque o pecado do pecador todo mundo desculpa, mas o do pregador, é indesculpável), e o que é mais grave, a crise econômica sem precedentes que o PT produziu no Brasil. Passar a mão por cima disso seria ineficiente e faria ser conivente com um conjunto de práticas que eu abominei a vida inteira.
O senhor se arrepende desta decisão?
Evidente que não me arrependo. Não há nenhum arrependimento e, cada dia que passa, as pessoas vêem com mais clareza que quem produziu Bolsonaro foram as contradições do PT.
As Eleições 2020 devem ser um teste para o bolsonarismo. O senhor acha que esse movimento deve ganhar força?
O bolsonarismo é um fenômeno mais grave e mais complexo do que representa o Bolsonaro. Você tem no Brasil 25% de uma população marcada pela ideologia do egoísmo, pelo absoluto descompromisso com o outro, com o politicamente correto. E isso existe apesar do Bolsonaro. Eu acredito que nas eleições, nas grandes cidades, o toque do Bolsonaro será negativo. Mas o bolsonarismo, ou seja, esse direitismo despudorado, preconceito, estigma, isso é uma força que saiu do armário pela primeira vez desde 1964, e é uma força importante no Brasil. É minoritário, mas existe. Ou seja: o bolsonarismo sem Bolsonaro tem força, mas Bolsonaro será uma companhia inconveniente em 2020.
Nas atuais condições, o PDT está mais próximo de fechar coligação para disputar a prefeitura com o PT, com o PSDB ou com ambos?
Com nenhum dos dois. O PSDB virou o velho PRB do Ademar de Barros, é um gueto dessa direita de mocassim e botox do Dória, que é um grande farsante e exatamente o representante desse grupo de interesses que o Bolsonaro interpreta sem fidelidade. O Bolsonaro é um imbecil. O Dória não, é um cara que faz a maldade de forma consciente e lúcida. Dessa maneira, com o PSDB, nenhuma chance. E, com o PT, cada dia que passa nós temos maior distância. O que não quer dizer que, eventualmente, a gente possa estar junto aqui ou ali. No Ceará, todo mundo conhece a nossa proximidade com o governador Camilo Santana, embora nós tenhamos antagonismos insuperáveis com uma ala do PT. Vamos ver como vai acontecer, mas nacionalmente nós vamos buscar uma participação autônoma nas grandes cidades, especialmente.
O DEM ganhou espaço na Prefeitura de Fortaleza com Moroni, mas é um dos principais parceiros do governo Bolsonaro (apesar de não integrar a base oficialmente), e especula-se que vá acompanhar Capitão Wagner ou o candidato do PSL. Essa parceria com o DEM na capital está de fato perto do fim?
A nossa aliança no Ceará obedece muito especificamente às nossas questões no Ceará. Isso não tem incoerência nenhuma com a nossa história. O Ceará foi, por exemplo, o único lugar onde a UDN velha e o PSD velho fizeram um acordo que escandalizou o Brasil na época, e que foi muito útil para o Ceará porque produziu a liderança do Virgílio Távora, que é o fundador do Ceará moderno. A gente precisa entender essas alianças de uma maneira fora da imprensa nacional e entender as questões locais. O Moroni é um bom companheiro, outras lideranças como Chiquinho Feitosa também, de maneira que vai ser uma surpresa se eles não caminharem conosco.
O senhor foi apadrinhado por Tasso Jereissati há quase 40 anos e, posteriormente, houve uma ruptura nos seus grupos políticos. Quais são as semelhanças nos contextos históricos desta época e de agora, quando houve a reconciliação?
Eu e Tasso nunca nos desentendemos pessoalmente. Eu tenho por ele mais que uma admiração e respeito, uma afeição enorme, e reconheço nele outra figura fundadora desse Ceará de progresso. Dessa geração que eu ajudei também a treinar e hoje é representada pelo Cid, pelo Roberto Cláudio, pelo Camilo, pelo Sarto, Salmito, enfim, são muitos bons
quadros que nós produzimos, que eu ajudei a treinar e que começaram lá atrás, com o Tasso. Tenho por ele o mesmo respeito e a mesma admiração. Nossa divergência começou basicamente porque ele concordou com a violência que o PSDB de São Paulo fez contra ele, Tasso Jereissati, que era naturalmente o candidato à Presidência da República do PSDB em 1994 e levou uma rasteira do Fernando Henrique. Aí eu rompo e brigo com o Fernando Henrique, e ele continua lá. Nosso entendimento no Ceará continuou. Nacionalmente, passamos a não nos entender mais e a razão foi a sacanagem que o PSDB fez com ele, Tasso. Na sequência, houve uma desinteligência pela primeira vez na política local. Nós sempre marchamos juntos, até a sucessão do Cid. O Cid lutou muito para que a segunda vaga ao Senado fosse do Tasso, mas um houve um veto do Lula. Nós estávamos negociando esse veto quando o Tasso perdeu a paciência e rompeu com o Cid. Hoje, os dois são bons amigos de novo. Eu sofri muito com isso e hoje estou muito feliz, não porque voltamos a nos entender na política, nem sequer tratamos disso. Apenas reencontrei um velho e querido amigo, e isso me faz uma pessoa muito feliz.
No nível pessoal, o que essa reconciliação representa para você?
Como eu disse, é o reencontro com um velho e queridíssimo amigo. Pra mim, Tasso sempre foi uma referência, mais do que de político, mas de ser humano, de gente, de administrador. É um cara que eu quero muito bem e de quem eu sentia muita falta. São muitas memórias, de luta conjunta, e eu estou muito feliz com a reaproximação.
Muito se falou em união da esquerda quando Bolsonaro foi eleito. Esse movimento parece ter sido abortado. O que pode ser feito para retomar esse caminho?
União da esquerda é conversa fiada do PT pra obrigar todo o pensamento progressista brasileiro a balançar a cabeça para as contradições deles. A união agora é na luta. Não existe unidade guiada por uma quadrilha. Infelizmente, a atual burocracia do PT é composta por quadrilheiros. Essa gente é que fica falando em unidade da esquerda para subjugar e obrigar todo mundo que não tem nada a ver com essa bandalheira, nem com a contradição de ter gerado a mais aguda crise econômica da história, de ter pago os juros mais graves da história da humanidade, de não ter feito em 13 anos de poder nenhuma mudança estrutural no sistema injusto da tributação brasileira, na distribuição dos recursos públicos, enfim. E essa contradição o povo brasileiro está repudiando e eu espero que seja de forma definitiva, até que o PT mude de direção, faça uma autocrítica e busque se reconciliar com a opinião pública brasileira. Qualquer organização pode fazer, mas eles não fizeram, continuam com a mesma arrogância. O país caindo aos pedaços e eles com uma agenda de apologia ao culto de uma personalidade, uma única pessoa. Está lá porque quis estar, teve todas as chances de se rebelar contra tudo isso e não quis.
O senhor tem um irmão prefeito, indicou o prefeito da capital e o atual governador, que é petista. Teme boicote por parte do governo federal, ainda mais depois da polêmica declaração do presidente sobre “governadores de paraíba”?
Esse Bolsonaro, como eu já disse, é um canalha, um despreparado, e mais cedo ou mais tarde todo brasileiro vai ver. Agora, ele precisa saber que não foi eleito dono de uma fazenda onde ele manda e desmanda, faz e acontece. Ele foi eleito presidente da República. Eu respeito a legitimidade do seu mandato, mas isso o obriga a se portar dentro das regras do estado de direito democrático. Uma delas é o respeito à integridade da federeção. Eu disse ao Camilo que fui governador em dura oposição ao presidente, que era o Collor, e nunca permiti que ele fizesse qualquer tipo de discriminação contra o Ceará. E em dever de justiça, devo dizer que o Ceará foi tratado com total dignidade pelo governo Collor, não nos faltou recursos para nenhuma das nossas tarefas. O Ceará não deixou de ter acesso a nenhum programa. Isso a gente tem que exigir e o Bolsonaro cumprir isso com o Ceará, de um jeito ou de outro.
O PDT apresentou o plano de reforma da previdência idealizado por Mauro Filho para o governo federal. Nada foi aproveitado?
Absolutamente nada foi aproveitado, porque essas coisas são um organismo. Mal comparando, você apresenta um corpo com cabeça, tronco, barriga, perna direita, perna esquerda, braço esquerdo, braço direito. O nosso projeto é um corpo orgânico, organizado, e eles apresentaram um monstrengo, que tem duas pernas direitas e não tem perna esquerda, que basicamente persegue os mais pobres e deixa os privilégios intocados. Isso são números. 83 de cada 100 reais de sacrifício imposto por essa reforma da previdência, recaem sobre os segurados do regime geral de previdência social, que é onde estão as menores aposentadorias. Enquanto isso, só para dar um exemplo, os militares custam R$ 47 bilhões por ano aos cofres da previdência social e contribuem com apenas R$ 3 bilhões. Se você tirar a DRU, o déficit da Previdência é de R$ 50 bilhões. Ou seja, os militares contribuem com R$ 43 bilhões do déficit da previdência e não foi feito absolutamente nada para alterar esse privilégio, por exemplo. Bolsonaro pagou uma propaganda mentirosa, dizendo que os deputados doravante teriam aposentadoria exclusivamente no teto de R$ 5,8 mil. Isso é uma mentira deslavada! A reforma da previdência até aqui aprovada garante que todos os atuais deputados têm direito a aposentadoria integral, sem direito a nenhum teto, e que esse teto só vai valer para os deputados que entrarem na próxima legislatura e quando eles completarem 35 anos de contribuição. Ou seja: vai valer daqui a 39 anos contados de hoje.
A nossa proposta tem três pilares. Um social, que garante um benefício universal, de um salário mínimo, para quem pode e para quem não pode contribuir, com a responsabilidade de ser fora do orçamento da seguridade social, contabilizado de forma transparente pelo Tesouro Nacional; um regime de repartição até R$ 4 mil para todo mundo, e um regime de capitalização público, com contribuição patronal, para os que quisessem e pudessem contribuir para ter uma aposentadoria superior ao teto. Todo esse esboço foi apresentado a pedido deles, foi apresentado um substitutivo e eles não aproveitaram nada.
O governo Bolsonaro tem sido pior do que as suas expectativas?
Muito pior, porque eu imaginava que o Bolsonaro, uma vez eleito, fosse entrar como engrenagem de uma estrutura institucional, porque o presidencialismo permite isso. Um presidente como o Lula, que não tinha experiência, nunca tinha administrado um pé de bodega, compensou imediatamente a sua falta de experiência e de projeto com uma equipe de altíssimo nível. Respeitada por qualquer crítico, mesmo de oposição. Todo mundo sabia que havia ali um nível. Depois parte disso apodreceu. Bolsonaro, não. Entrega a economia, que é o que importa, pra uma pessoa que tinha nenhuma vivência com o serviço público, como é o Paulo Guedes. Não digo nem que seja mal intencionado, mas não compreende a vida complexa do Brasil, não compreende a nossa geografia econômica, não conhece as especificidades da economia brasileira vis a vis os manuais de Chicago que ele parou de ler desde os anos 1980. Pontilhou o governo com militares despreparados e, pelo que se vê hoje, deslumbrados com o poder, que inclusive violentam tradições centenárias das Forças Armadas Brasileiras quando aceitam a desnacionalização da economia brasileira com toques requintados de corrupção e safadeza, como foi a recente privatização do controle da BR Distribuidora, vendida a preço de varejo. Em qualquer operação o preço de varejo é um, quando você vende o controle a ação dobra de preço, às vezes. Você só pode chegar ao valor final em uma espécie de leilão. A disputa pelo controle aumenta o valor e eles venderam o controle a preço de varejo. Ou seja: aí tem corrupção grossa, alguém levou. E os militares podem estar comprometidos com isso. E outra banda do governo é de loucos, só lunáticos, pirados. Se pegar os ministros da educação, das relações exteriores, do meio ambiente e das mulheres e direitos humanos, são quatro aloprados que não seriam secretários nem em município pequeno, quanto mais ministros de uma das maiores economias do mundo.
As suspeitas de orientação da Lava Jato e parcialidade de Sergio Moro como juiz não o enfraqueceram no governo até agora. Inclusive, o mesmo editou uma norma sobre deportação de suspeitos, o que foi interpretado como uma ameaça a Glenn Greenwald. Qual a sua leitura disso?
Sérgio Moro, fazia muto tempo que dava pra ver, não era um juiz. É um politiqueiro sem qualquer tipo de escrúpulo, que usou a oportunidade que teve como juiz em cima de uma indignação do povo brasileiro com relação à impunidade como prêmio da corrupção, especialmente a corrupção dos grandes, e ele navegou com isso. Vivia em homenagem, confraternizando com réis potenciais, de gravatinha borboleta. E eu já tinha denunciado isso muitas vezes. Agora, fica flagrante que na verdade não era um juiz, mas um político acertando por fora decisões gravíssimas para repercussão histórica no Brasil, malversando essa justa queixa do povo brasileiro com relação à punição que deveria ter para a corrupção. Em troca de cargo no STF prometido a ele antes, pra quem não quiser raciocinar muito. É como se ele tivesse recebido a promessa de um saco de dinheiro para o fazer o que fez, mas ele não recebeu um saco de dinheiro, recebeu a promessa de um cargo vitalício no Supremo. Por quê ele não é corrputo? É um corrupto, sem nenhuma dúvida!
Quando a deputada Tabata Amaral votou a favor da reforma, o senhor criticou os movimentos de renovação política por orientar seus membros eleitos segundo interesses que não são tão claros. O senhor já fazia essa avaliação antes, ou foi uma percepção recente?
Se tem alguém no Brasil comprometido com a renovação, sou eu. Veja o quadro que existe hoje no Ceará: Roberto Cláudio, era desconhecido, phd em Saúde Pública, primeira experiência executiva como prefeito de Fortaleza. Camilo Santana, governador, mestre em Meio Ambiente, também desconhecido, governador reeleito do Ceará. O Cid, que revelou o talento extraordinário que tem. Tem ainda Salmito, Guilherme Landim, um conjunto enorme de pessoas, e a Tábata Amaral, que pouca gente sabe, mas eu que a recrutei. Eu que a convenci a fazer política, a se candidatar, e eu que abonei a ficha de filiação dela ao PDT. E fiz a campanha dela pessoalmente. Essa história de renovação política é um compromisso de vida meu, mas a Tábata votou junto com o DEM, com o PTB do Roberto Jefferson, com o PP do Maluf. Nós é que não somos renovação, que votamos contra? Essas coisas não se sustentam. Quem foi que liderou o embate da reforma da previdência no Congresso Nacional? Foi o Rodrigo Maia e a Tábata votou com ele. Quem postulou contra esta reforma, tendo oferecido outra reforma, com começo, meio e fim? Não foi o PT que quer ver o circo pegar fogo, pra rir da cara do palhaço. Nós fomos lá e metemos a mão, mostramos os números e demos a cara pra bater. E eu fui o único candidato à presidência que apresentou a proposta antes antes da eleição. Se você olhar o histórico do Bolsonaro, votou contra todas as reformas da Previdência, esculhambou a do Temer e votou contra essa agora, durante a campanha eleitoral. Então, o Bolsonaro é só um mentiroso e a Tábata votou com o Bolsonaro. Então, se Bolsonaro, Rodrigo Maia, o PP e o PTB são renovação e nós não somos, alguma coisa está errada.
O macrotema meio ambiente, sustentabilidade e resiliência foi mais uma vez relegado a segundo plano em 2018, mesmo sendo o Brasil o país com maior potencial para sediar uma indústria verde e incentivar o cultivo em regime de agrofloresta. Coincidentemente, está em curso o desmonte do setor ambiental. O PDT pretende adotar essa bandeira em 2022?
Toda a minha concepção de desenvolvimento procura dar conteúdo prático ao conceito de desenvolvimento sustentável. Porque esse também é um assunto que foi mal versado por um lado e pelo outro no Brasil. Você tem um certo grupo identitário que transformou a questão ambiental em um centro que desconsidera todas as complexíssimas questões envolvidas no fato de que o primeiro elemento do meio ambiente é o ser humano. Saindo da teoria pra prática: o Brasil é o país que tem a matriz energética mais limpa e barata do mundo, porque ainda é predominantemente hidráulica. O projeto de Belo Monte seguiu os mais altos padrões, a área de inundação não ultrapassa o limite das cheias naturais e se criou uma falsa verdade de que não houve debate, que as populações seriam deslocadas, e só afetou as populações que naturalmente migravam com as cheias. E a energia, além de limpa, tem que ser módica. Você pode tirar isso do hidrogênio que o único rejeito é água, mas o custo disso é impagável para 99% da população. Então, tem que achar um ponto de equilíbrio. Isso se revolve com uma série de pontos que estavam no meu programa de governo. Por exemplo:, floresta e agricultura. Tem que fazer o novo zoneamento econômico e ecológico de 100% do território brasileiro. Isso é uma ferramenta, técnica e de planejamento. Você chega no Pará e tem áreas completamente degradadas que podem ser recuperadas se zonear. O Brasil tem 1% do mercado de celulose do mundo, enquanto a Finlândia, com um território menor que o Piauí e ao lado do Polo Norte, onde as árvores passam 60 anos pra chegar ao ponto de corte, tem 8% da celulose do mundo. O Brasil, infelizmente, é governador por idiotas e, infelizmente, algumas pessoas saem da compreensão geral dos problemas complexos do país e ficam atirando nessas questões identitárias. O meio ambiente já não é mais uma variável do desenvolvimento, mas uma tese em si mesma, e isso o país não aguenta. Resultado: deu na laje, porque o Bolsonaro chega na Amazônia, bane os Viana do Acre, tira 70%, liquidou os políticos do Amazonas, porque chega lá defendendo matar índio, acabar com reserva florestal, que é o lado oposto desse identitarismo estúpido. Idiotas de um lado, imbecis do outro, e o país indo pro brejo, porque a inteligência que deveria nos governar, foi banida.