Cissa Guimarães fala sobre “Doidas e Santas”, que entra em cartaz neste fim de semana

Após ter levado mais de 500 mil pessoas para o teatro desde a sua estreia, Doidas e Santas chega ao palco do Theatro Via Sul neste fim de semana. Idealizado e estrelado por Cissa Guimarães, o espetáculo, que já foi encenado mais de mil vezes no Brasil e no exterior, garante ao público risos e choro, além de indagações sobre a vida

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

Apresentando os dilemas da mulher madura contemporânea, Doidas e Santas desembarca em Fortaleza. Estrelado por Cissa Guimarães, Giuseppe Oristanio e Josie Antello, o espetáculo chega ao Theatro Via Sul para duas únicas apresentações: nesta sexta (11), às 21h, sábado (12), no mesmo horário. Com texto de Regiana Antonini, direção de Ernesto Piccolo e idealização de Cissa Guimarães, a peça, que celebra seus 10 anos com a atual turnê pelo Brasil, é livremente inspirada no livro homônimo de Martha Medeiros.
“Eu acho que Doidas e Santas é uma comédia romântica, mas que faz a gente refletir sobre os nossos relacionamentos, todos, homens, mulheres, família, filho, mãe, filha, pai, irmãos, então é uma peça que fala de relacionamentos e de como a gente pode melhorar os nossos relacionamentos na vida”, afirma Cissa sobre a peça.

Enredo

O espetáculo explora o universo da psicanalista Beatriz, vivida por Cissa, que está passando por uma crise no seu casamento com seu marido, interpretado por Giuseppe Oristanio. Cabeça dura e machista, o personagem não aceita a ideia de um divórcio, o que faz com que Beatriz comece uma jornada em busca da sua própria identidade, desafiando os papeis tradicionais e as expectativas sociais. Com humor e leveza, Doidas e Santas reflete sobre os dilemas da mulher moderna, desde o casamento e carreira, até as pequenas alegrias do dia a dia. O elenco da comédia dramática também conta com Josie interpretando três personagens diferentes, a irmã, a mãe e a filha de Beatriz.

“Está sendo maravilhoso, como sempre foi. A gente não mudou nenhuma palavra do texto, continuamos fazendo a mesma peça e reencontrar a Beatriz, que é uma personagem que eu amo tanto, está sendo uma alegria, um prazer (…) ficamos a pandemia toda parados, e agora a gente está voltando. Esse meu reencontro com a Beatriz está sendo de total felicidade, total preenchimento da minha alma como atriz, do meu trabalho como atriz, e eu estou extremamente feliz”, conta Cissa, sobre encarnar a personagem novamente após quase 15 anos desde a sua estreia.

Ainda sobre a personagem, Cissa diz que não se vê distante da Beatriz. “Não me considero diferente dela. Me identifico em vários pontos nessa busca da verdadeira felicidade e dessa luta/busca, porque você tem que enfrentar vários desafios, várias adversidades e ter muita coragem de mudar toda uma coisa que está estabelecida na sua vida (…) quebrar paradigmas. Isso tudo eu fiz muito na minha vida. Beatriz talvez tenha demorado mais tempo do que eu, ela ficou um pouco mais acomodada”, pondera.

Impacto e importância

Doidas e Santas surgiu após Cissa completar 50 anos e sentir a necessidade de compartilhar com o público os desafios da figura feminina atual, que tenta equilibrar suas jornadas pessoais e profissionais, lidar com as pressões sociais e buscar a própria realização. A atriz enfatiza que seu papel vai além da representação de uma história, ele é um convite para que o espectador, especialmente as mulheres, reflitam sobre a necessidade de buscar felicidade e de romper com situações de opressão.

“Eu acho que é mostrar pras mulheres, o público feminino que vai nos assistir, que a mulher pode sim, sabe, chutar o pau da barraca, ser feliz e mudar a sua vida toda. Eu acho que a mulher não pode se acomodar numa situação que ela não esteja feliz, só porque ela está cumprindo as obrigações que a sociedade impõe. A peça fala muito sobre isso, eu acho que é muito importante para todas as mulheres que nos veem e para os homens também, para se posicionarem contra o machismo, contra a opressão. Então é uma peça que fala para todos, não é uma peça que só fala sobre o universo feminino, não”, expõe a artista.

Cissa também comenta sobre a mudança de mentalidade do público quanto às questões sociais que perpassam a peça, que estreou em 2010. A intérprete de Beatriz acredita que de lá para cá houve uma evolução enquanto sociedade. “Eu acho que sim. Eu acho que a questão da longevidade é um fato concreto. Hoje em dia eu estou com mais de 60 anos. Eu acho que há sim uma mudança. As mulheres estão conseguindo ocupar os seus espaços. Os 60+ estão na luta, estão trabalhando, estão se relacionando, estão fazendo sexo. Então eu acho que esse espaço está sendo conquistado pelas mulheres, sim, cada vez mais”, conclui.

Serviço
Doidas e Santas
Sexta (11) e no sábado (12), às 21h | 90 minutos
Theatro Via Sul – Av. Washington Soares, 4335 – Lagoa Sapiranga (Coité)
Classificação indicativa: 12 Anos
Ingressos a partir de R$ 35,00
Vendas online: uhuu.com

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