Um colar de diamantes da era georgiana, associado a Maria Antonieta e a um escândalo que marcou a queda da monarquia francesa, foi arrematado por R$ 28 milhões (4,26 milhões de francos suíços) em um leilão realizado na última quarta-feira (13) em Genebra. A peça, composta por cerca de 300 quilates de diamantes, ultrapassou expectativas iniciais, que estimavam seu valor máximo em R$ 13 milhões.
O colar, ofertado por um colecionador asiático, remonta ao século XVIII e possui um design versátil que reflete a sofisticação da época. Segundo Andres White Correal, chefe de joias da Sotheby’s, a compradora, cuja identidade foi mantida em sigilo, estava emocionada com a aquisição. “Ela mencionou que se considera apenas uma guardiã da peça, até que ela passe para outra pessoa no futuro”.
A Sotheby’s acredita que parte dos diamantes pode ter integrado o infame Caso do Colar de Diamantes, em 1785, no qual uma fraude envolvendo a nobre Jeanne de la Motte e o nome de Maria Antonieta contribuiu para a ruína da imagem pública da rainha. Apesar de inocentada no julgamento, Maria Antonieta passou a ser vista como símbolo de extravagância, agravando a insatisfação popular que culminaria na Revolução Francesa e na guilhotina.
Além do valor histórico, a peça é um exemplo raro de preservação. Enquanto joias da época eram frequentemente desmontadas e remodeladas, este colar sobreviveu quase intacto. A Sotheby’s destaca que a peça pode ser usada de várias formas — como um colar, um épaulettem nos ombros, um ras-de-cou no decote, um devant-de-corsage no centro do busto ou mesmo como um cinto ao redor da cintura. decorando o ombro. Os diamantes provavelmente vêm da Índia e das lendárias minas de Golconda.
A venda representa mais do que um objeto de luxo: é um pedaço de história com conexões à realeza e ao drama político do século 18, além de um testemunho da habilidade dos ourives da época e das lendárias minas de Golconda, na Índia, de onde acredita-se que os diamantes tenham sido extraídos.