Diagonal aposta na subsidiária Victa e em condomínios fechados

Confira os melhores momentos da entrevista em vídeo e a íntegra em texto abaixo:

Com 38 anos no mercado cearense e um portfólio com os edifícios de alto padrão mais desejados de Fortaleza, a Diagonal Engenharia prepara-se para entrar em uma nova fase. A retomada “com força total”, como define seu presidente, João Fiúza, das obras em condomínio fechado e a subsidiária Victa – voltada para o segmento atendido pelo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) -, serão a tônica dos próximos anos.

No momento, a empresa volta-se para a entrega da sua maior obra, que deve colocar o segmento médio em um novo patamar: o Praça da Luz, no Bairro de Fátima, que será entregue na sexta-feira (29).

O empreendimento, com Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 250 milhões, tem 560 unidades com 48 m², 55 m² e 65 m², além de centro comercial independente no térreo com 1,2 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) e integrado a uma praça aberta. O condomínio terá uma gama de equipamentos “que não se vê na Aldeota, no Meireles ou em qualquer parte de Fortaleza”, tais como três salões de festas mobiliados de até 70 m², salão teen, sala de jogos, espaço mulher, garage band, pet play, salas de estudo, churrasqueira, piscina com raia e até um pequeno parque aquático.

Para Fiúza, o Praça da Luz é “especial também pelo tamanho e pela coragem que tivemos de construí-lo em um momento em que o mercado estava retraindo, mas nós acreditamos no produto, no projeto, na localização, botamos o pé no acelerador e a nossa aposta foi realmente assertiva”.

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João Fiúza

Já o retorno para os condomínios fechados, nos quais a Diagonal tem grande expertise tanto em Fortaleza quanto em Natal (RN), deve gerar 132 unidades entre 254 m² e 400 m² em quatro edifícios, todos no Meireles. Destes, um já está em andamento – o Solar Praça Portugal, na Dom Luís, com 32 unidades de 400 m². Outros dois, Ikon (24 unidades de 254 m², na esquina da José Lourenço com Tenente Benévolo) e Legacy (31 unidades de 350 m², no terreno do antigo TCM, na Oswaldo Cruz), começam ainda este ano.

Segundo o diretor comercial da Diagonal, João Ximenes Fiúza, “a vantagem vai além do preço de custo e do acompanhamento direto pelo cliente. Os projetos exclusivos viabilizam obras que não seriam possíveis em uma incorporação comum porque a conta não fecha”. Os edifícios Mansão Macêdo, Sanford, The Place, The Palace, Solar Vidal Bezerra, Holanda Plaza, Titã e Trapiche são alguns dos que foram erguidos pela empresa.

A Diagonal vai entregar a sua maior obra residencial e também um dos maiores condomínios do Estado. Quais são os diferenciais do Praça da Luz?

Fizemos um projeto em uma incorporação só, muito ousado, porque tratava-se de mais de R$ 250 milhões de VGV. Nós vimos que seria diferenciado, porque na região não tinha empreendimento de pequeno porte e a gente montou um projeto que, apesar de ser médio padrão, nos propusemos a fazer um condomínio de alto padrão com apartamentos de pequeno porte. Eu não vejo na Aldeota ou em qualquer outro bairro de Fortaleza uma área de lazer com tantos itens e tão bem apresentada. Digo sempre que a Diagonal está sempre inovando e surpreendendo, e com o Praça da Luz não vai ser diferente. Apesar de ser de apartamentos pequenos, é um prédio de luxo. A gente conseguiu levar a cara da Diagonal para um outro bairro, extremamente populoso e com pessoas que gostam daquela região. E o Praça da Luz é especial, também, pelo tamanho e pela coragem que tivemos de construí-lo em um momento em que o mercado estava retraindo, mas nós acreditamos no produto, no projeto, na localização, botamos o pé no acelerador e a nossa aposta foi realmente assertiva.

A Diagonal tem vários prédios de luxo no portfólio e tem apostado nos empreendimentos de médio padrão. É uma mudança de perfil?

O DNA da Diagonal é voltado para o segmento de alto padrão. Foram mais de 100 edifícios entregues de altíssimo padrão, inclusive alguns ícones, como o Mansão Macêdo, Sanford, The Place, Trapiche e vários outros, além do Solar Volta da Jurema, feito em parceria com a Idibra (atualmente Dibra), quando a gente ainda estava começando. A partir de 2007, quando veio o grande boom imobiliário surgiu a oportunidade de entrar no médio padrão, fizemos mais de R$ 1,5 bi (de VGV) desse segmento aqui e em Natal. O Praça da Luz, que entregaremos dia 29, é o último que fizemos de médio padrão.

O segmento médio é o que deve despontar como o mais promissor para a Diagonal nos próximos anos?

É o segmento que, no momento, a gente vê que é o mais promissor. O estoque do mercado de Fortaleza é praticamente todo médio. A gente vai aguardar, ver como se comporta a economia, como vão se dar os financiamentos bancários e crédito para os compradores deste produto. Então, a gente vai segurar um pouco e ver como se comporta. A priori, vamos focar novamente no alto padrão e em uma empresa nova do grupo, a Victa, focada em empreendimentos para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

A Victa vai lançar novos empreendimentos este ano?

Nós entregamos há poucos meses 600 unidades na Jurema (Caucaia) e estamos iniciando um projeto com mais de 1,5 mil unidades no José Walter. As primeiras 400 vão ser lançadas em breve. Também temos outros projetos em Caucaia e Eusébio. Somando tudo, teremos perto de perto de 3 mil unidades para o MCMV, com R$ 450 milhões de VGV.

Além das obras da Victa e o Praça da Luz, a Diagonal vai voltar a construir condomínios fechados? 

João Ximenes Fiúza – Sempre atuamos nesse segmento, apesar de termos expandido para atender outros públicos nos últimos anos. De dois anos pra cá, construímos 70 unidades de alto padrão e conseguimos colocar no mercado mais três produtos de altíssimo padrão, um já em construção (Solar Praça Portugal). Vamos começar as obras de outros dois ainda este ano. Temos ainda em processo de aprovação o Epic, atrás do Ideal Clube, com 45 unidades de 385 m² em média.

João Fiúza – Nós retomamos com força total as obras a preço de custo, ou seja, os condomínios fechados. Outros produtos também estão sendo formatados na linha de condomínios. Um será de vocação mista, na Virgílio Távora. Esse é um projeto bem interessante, com um perfil diferente: cerca de 300 unidades entre comercial, escritórios e residências de pequeno porte. É um projeto que dá a liberdade para as pessoas morarem ou investirem com aplicativos como AirBNB. Será um residencial com serviços e uma pitada hoteleira, para usar como renda. Os acessos da parte comercial e da residencial serão independentes e o rooftop terá um restaurante.

Quais são as vantagens das obras em condomínio fechado?

João Ximenes Fiúza – A vantagem é que a obra é a preço de custo, com taxa de administração da construtora. É literalmente contratar alguém pra construir e, além do custo mais baixo e acompanhamento direto, o cliente paga a parcela da obra até quitar, não tem financiamento e ainda pode fazer as modificações desejadas ainda na construção do prédio. Sem falar que são projetos exclusivos e em localizações privilegiadas. Locais que em incorporações comuns talvez nem existiriam, porque a conta não fecha.

Os novos projetos da Victa são indicativos de que o segmento MCMV deve voltar a crescer?

O alto padrão tem um limite de mercado, é o teto da pirâmide. O segmento MCMV é onde está o déficit habitacional do Brasil, então terá sempre muita força. Além de necessário por resolver o problema social da moradia, gera muita mão de obra, gira o comércio e a indústria. Então, acredito que não pode deixar de existir. Entra governo, sai governo, e ele muda a cara. O grande problema é o setor médio, porque a classe média é a que está mais sofrida. Ela não tem crédito, os bancos se fecharam por conta dos distratos, e isso gera incertezas. Geralmente a compra é a composição da renda da família e as pessoas têm medo de perder a renda e não poder assumir o compromisso, então adiam a compra.

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