Espetáculo Kafka e a Boneca Viajante é apresentado de amanhã (24) a domingo (26), no Theatro José de Alencar. Alessandra Maestrini, intérprete da boneca, e o diretor João Fonseca dão detalhes da montagem
Danielber Noronha
danielber@ootimista.com.br
Revisitando uma das histórias mais inusitadas da vida do escritor tcheco Franz Kafka (1883-1924), a peça Kafka e a Boneca Viajante ganha o palco do Theatro José de Alencar a partir de amanhã (24), com curta temporada que segue até domingo (26). A montagem ganhou roupagem musical e recria um episódio curioso que teria levado o modernista Kafka a voltar a escrever, já no fim da vida. Ao caminhar por uma praça perto de sua casa, ele teria encontrado uma menina que chorava por ter perdido sua boneca.
Sensibilizado pelo sofrimento da criança, ele passou a escrever cartas à menina como se fossem enviadas pela boneca, em que descrevia suas incríveis aventuras pelo mundo. A intrigante história já ganhou versões em livros, contos e peças, mas até hoje não há provas de que realmente tenha acontecido – as cartas jamais foram encontradas, tampouco a dona da boneca.
Agora, uma versão brasileira mais voltada ao público adulto, embora sem perder a singeleza da história, ganhou forma pelo trabalho dramatúrgico de Rafael Primot, acompanhado na direção geral por João Fonseca e direção musical de Tony Lucchesi. A montagem já levou mais de 20 mil pessoas ao teatro, em nove capitais brasileiras e os atores responsáveis por dar vida à história são André Dias, o Sr. K (Kafka), Lilian Valeska, que interpreta a esposa dele, Carol Garcia, a menina Rita, e a boneca Brígida, vivida por Alessandra Maestrini.
Os ingressos para assistir ao espetáculo no TJA custam entre R$ 19,50 e R$ 160. Clientes BB Seguros têm 30% de desconto no valor da inteira, usando o cupom BBSEGUROS30. A venda está sendo realizada no sympla.com.br e na bilheteria física do equipamento.
Construção do espetáculo
Indicada em São Paulo ao Prêmio Shell de melhor atriz, Alessandra Maestrini conta conta que mirou a expressão corporal na mescla entre a poesia lúdica de uma boneca de pano e a profundidade filosófica de que todo ser humano, vez por outra se sente manipulado por outros ou pela vida, deixando de ter as rédeas sobre si. “Ter a supervisão de Márcia Rumbim, como diretora de movimento, neste processo trouxe-me uma liberdade e segurança importantes. Brígida expressa aspectos humanos, tanto em sua composição quanto em sua trajetória, que são transformadores por serem da essência do viver”, comenta a atriz em entrevista exclusiva ao Tapis Rouge.
A peça, ainda segundo ela, se utiliza de elementos como o riso, a poesia e o encantamento como forma de evidenciar a criatividade e a empatia. Elementos apresentados aqui como sendo a essência do ser humano. “É como se fossem sua [do ser humano] salvação e êxtase vital”, acrescenta.
João Fonseca afirma que a história tem várias camadas, uma vez que narra a trajetória de uma criança com sua boneca, mas também tem um escritor à beira da morte. “O Rafael Primot, a partir do livro [de Jordi Sierra i Fabra] criou um texto original com várias referên
Serviço
Musical Kafka e a Boneca Viajante
De 24 a 26 de maio, sexta (24) e sábado (25), às 20h; e domingo (26), às 18h
No Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 – Centro)
Ingressos: de R$ 19,50 a R$ 160
Vendas: sympla.com.br ou bilheteria do TJA
