O Fotofestival SOLAR começa nesta quarta-feira (11), com agenda que vai até domingo (15), se espalhando por Fortaleza e também no Interior do Estado, reunindo fotografia, música e debates sobre a sociedade contemporânea
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
O Fotofestival SOLAR, um dos eventos mais esperados do calendário cultural cearense, chega à terceira edição nesta quarta-feira (11) e vai até domingo (15). Com uma programação diversificada e totalmente gratuita, o festival une fotografia, música, exposições e debates, conectando a arte às memórias e à contemporaneidade do Brasil. As atividades ocorrem em Fortaleza e no Cariri.
Com o tema “Fotografia e Memória”, o SOLAR reúne 10 exposições, oficinas, lançamentos de livros e shows, além de diálogos com renomados artistas. Para Tiago Santana, fotógrafo cearense e idealizador do festival, o SOLAR busca ir além da fotografia, promovendo encontros com cineastas, escritores e músicos para ampliar as reflexões socioculturais. “O festival aproxima diferentes públicos. Alguém que vem assistir a um show ou a uma palestra pode ser surpreendido por uma exposição, ou um debate. Essa conexão de linguagens é um convite à democratização da cultura, que, para nós, deve ser sempre gratuita e acessível”, destaca.
Mais do que um evento cultural, o SOLAR propõe debates urgentes sobre a função da arte e da fotografia na sociedade. “Queremos mostrar como as artes visuais podem contribuir para compreender o País em sua complexidade e traçar rumos para um futuro mais democrático, com menos desigualdade social e mais direito à felicidade”, reflete o artista.
Reflexões e narrativas
Previsto para impactar cerca de 70 mil pessoas, o evento contará com as participações ilustres, como a do cineasta João Moreira Salles, da fotógrafa Graciela Iturbide e do chileno Alfredo Jaar. Outra atração marcante é exposição Que País é Esse?, que reúne imagens do fotógrafo Jorge Bodanzky registradas durante a ditadura militar.
Destaca-se ainda a exposição Delírio Tropical, com curadoria de Orlando Maneschy, que apresenta obras de mais de 130 artistas de diversas gerações. Para o artista, o objetivo é explorar narrativas sobre o Brasil contemporâneo, com fotografias dos anos 1960 até imagens de liberdade e empoderamento dos anos 1980. “Estamos reunindo uma constelação de olhares, de pessoas com modos de entender o mundo genuínos. É uma ação coletiva de todos envolvidos no projeto dando visibilidade a um Brasil que acreditamos”, explica o curador, que promete ainda uma mostra de audiovisual e vídeo performances, em uma compreensão de que a imagem em movimento nasce da fotografia.
Entre as atrações musicais estão Ana Frango Elétrico, Gang do Eletro e Letrux. Exposições como Modos de Ver abordam a acessibilidade, ampliando o diálogo sobre inclusão nas artes. A programação também será transmitida on-line.
Arte com identidade
A novidade desta edição é a ampliação do festival para o Cariri, com a exposição Nagual, da fotógrafa Graciela Iturbide, no Centro Cultural do Cariri. A mostra inclui imagens capturadas em diferentes partes do mundo, como México, Cuba e Índia, e será inaugurada com uma apresentação do Coco dos Souza, destacando as raízes culturais da região.
Serviço
3º Fotofestival SOLAR
De 11 a 15 de dezembro, vários horários
Em Fortaleza: Pinacoteca, Estação das Artes, MIS, Estação das Artes e KUYA.
No Crato: Centro Cultural do Cariri
Mais: @fotofestivalsolar no Instagram