Um dos personagens mais amados do universo de Shrek volta em sequência com Wagner Moura na dublagem original. O longa traz temas como mortalidade, representatividade, luto, traumas, autoconhecimento e relacionamentos
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Quase 12 anos após o primeiro filme, “Gato de Botas 2: O Último Pedido” chega aos cinemas com uma produção focada em segundas chances – especialmente para Antonio Banderas, que dubla o felino mais fofo do estúdio de animação DreamWorks. O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (5).
A sequência de “O Gato de Botas” (2011) mostra o Gato (Antonio Banderas) descobrindo que perdeu oito de suas nove vidas – nos EUA, a lenda fala que eles têm nove vidas, e não sete, como no Brasil. Quem dá a notícia de sua sentença de morte é o Lobo Mau, representado como um ceifador (Wagner Moura, no original), e para ter de volta suas vidas, o amigo felpudo de Shrek deve ir até a Floresta Negra encontrar a mítica Estrela dos Desejos. O problema é que tem mais gente atrás do tesouro: Cachinho Dourados, os Três Ursos e Jack Horner também têm interesse na estrela.
O objetivo da DreamWorks é trazer uma atualização gráfica e arquetípica da história. Mais que isso, pleiteia-se ressuscitar o estúdio de animação que, em 2016, foi vendido para a NBCUniversal e encontrou dificuldades em emplacar sucessos como no passado, com as franquias Shrek e Madagascar. Com um humor mais discreto que nos filmes do amigo ogro, esta sequência não apenas se utiliza de 3D, como o filme de 2011, mas também de 2D. Isso permite movimentos mais fluidos como em “Aranhaverso”, que ganhou o prêmio de Melhor Filme de Animação do Oscar de 2019.
pesar dos boatos iniciais de que Bob Persichetti, Chris Miller e até Guillermo Del Toro poderiam assumir a direção do filme, quem pôde se sentar na cadeira foram Joel Crawford e Januel Mercado. Já o elenco de dubladores originais ainda conta com Salma Hayek, Florence Pugh e Olivia Colman. Já a versão brasileira conta também com Alexandre Moreno, Giovanna Ewbank, Marcos Veras, Sérgio Malheiros e Guilherme Briggs.
Apenas nos primeiros dias de exibição para críticos, “O Último Pedido” recebeu 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, um dos mais conhecidos sites de avaliação especializada sobre cinema. Também conquistou a nota A no CinemaScore, a segunda mais alta da plataforma.
Mortalidade e representatividade
Um dos motivos da sequência ter demorado tantos anos para ser concluída, além da venda dos estúdios e a indecisão acerca de quem seria o diretor do filme, vem de um problema pessoal que o ator Antonio Banderas enfrentou. Em 2017, o astro teve um ataque cardíaco e precisou ser levado às pressas para o hospital. À ocasião, ele passou por uma cirurgia para implantar três stents em suas artérias coronárias.
Desde então, o ator espanhol chamou o “susto” de “uma das melhores coisas que aconteceram” em sua vida por mudar sua perspectiva sobre o que é mais importante. Não por acaso, isso é visível no filme, que gira em torno da mortalidade do herói.
Outro tema essencial à obra é a representatividade, já que se trata de um herói latino. “Este foi um filme voltado para o público jovem. E o fato de o herói do filme ter sotaque, e de alguns dos bandidos não terem, abre uma porta para a diversidade e para mudar as [mentes] daqueles jovens para pensar de uma maneira diferente”, explicou o ator, em entrevista ao portal Yahoo. Luto, traumas e autoconhecimento também são temas que circundam a obra, além do relacionamento fabular e divertido do Gato com seu par, Kitty Pata Mansa.
Assista ao trailer:
Serviço
Gato de Botas 2: O Último Pedido
Estreia nesta quinta-feira (5), nos cinemas
Classificação indicativa: Livre