Herança milionária de Tarsila do Amaral é disputada por 56 herdeiros; entenda

A disputa pela herança da pintora modernista Tarsila do Amaral, falecida em 1973, atingiu novos níveis, forçando a intervenção da Justiça. Com 56 herdeiros envolvidos, a Juíza Eliane da Camara Leite Ferreira, da 1ª Vara de Família e Sucessões do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), determinou, em 11 de outubro, que o inventariante apresente uma lista detalhada dos bens e direitos a serem inventariados no prazo de 20 dias. A juíza também advertiu que cotas e ações de empresas criadas após a morte da artista, mesmo por herdeiros, não podem ser incluídas na partilha.

A disputa familiar começou após a venda de importantes obras de Tarsila, como A Lua e A Caipirinha, que juntas somaram R$ 131,5 milhões. Esse aumento no valor das obras gerou uma maior cobiça entre os herdeiros, que vinham recebendo parte dos lucros através do direito de sequência — uma cláusula que garante aos artistas ou herdeiros 5% sobre a venda de suas obras em negociações posteriores. Esse direito, ainda pouco conhecido por muitos, assegura uma fonte contínua de receita.

No entanto, além dos valores materiais, a administração dos direitos autorais das obras de Tarsila também está no centro da disputa. O processo judicial poderá durar anos, e a falta de acordo entre os herdeiros já ameaça a valorização das obras da artista, cujo legado tem potencial de equiparar-se ao de Frida Kahlo. Caso o impasse não seja resolvido, o juiz pode nomear um administrador externo, semelhante ao que ocorreu no caso do pintor Alfredo Volpi.

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