Pobres Criaturas, filme protagonizado por Emma Stone que estreia nos cinemas nesta quinta (1º), é um dos favoritos ao Oscar, com 11 indicações. A história conta uma versão atualizada e cômica do clássico de Mary Shelley em cenários de encher os olhos. Saiba mais
Sâmya Mesquita
samya@ootimista.com.br
Quem viu A Noiva de Frankenstein (1935) sabe que o título é enganoso. Isso porque a noiva apenas aparece nos momentos finais e ainda assim imersa nas questões existenciais de Adam, o monstro. É diferente de Pobres Criaturas, novo filme dirigido por Yorgos Lanthimos que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1º). Com 11 indicações ao Oscar 2024, o longa produzido e protagonizado por Emma Stone (La La Land) é uma versão atualizada do clássico do cinema, pois aqui o “monstro” faz uma viagem para dentro de si para entender não a maldição da vida, mas a beleza da existência apesar dos percalços.
O roteiro de Tony McNamara é uma adaptação do livro de Alasdair Gray, notoriamente inspirado em Frankenstein, obra-prima de Mary Shelley. Na história, a jovem Bella Baxter tira a própria vida, mas é trazida de volta pelo Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe; Homem-Aranha: Sem Volta para Casa). Mas o experimento não permite que ela seja a mesma de antes: seu cérebro foi substituído pelo de um bebê, garantindo-lhe uma visão inocente e curiosa do mundo.
A partir daí, a jornada de Bella se torna perigosa em um mundo dominado por homens que ficam obcecados por sua necessidade de liberdade. Apesar dos desafios, Bella está determinada a viver sua vida ao máximo e a encontrar seu lugar no mundo — mesmo que vá contra a moralidade de uma sociedade que amarra as mulheres em moldes sem sentido. Ela viaja, dança, come pastéis de nata em Portugal, faz amizades, mas também vê injustiça, escassez e sexismo enquanto busca por sua felicidade. Os personagens masculinos completam a experiência do terror subjacente, já que causam até mais desconforto que a espontaneidade de Bella. Mark Ruffalo (Vingadores: Ultimato), por exemplo, é um vilão que amamos odiar.
O filme é uma mistura de gêneros, combinando elementos de ficção científica, drama, comédia e terror. Mas o que mais chama a atenção é a sua estética, que mistura o surrealismo gótico do artista polaco Zdzislaw Beksiński (1929-2005) a uma perspectiva retrofuturista tão comum no estilo art déco do início do século XX. Os cenários fantasiosamente barrocos, as cenas ora em preto-e-branco, ora absurdamente coloridas, os figurinos exagerados e os diálogos quase teatrais causam uma sobrecarga de sentidos dignos de serem vistos em uma tela de cinema.
Mais
Indicações ao Oscar 2024
Melhor Filme
Melhor Direção – Yorgos Lanthimos
Melhor Atriz – Emma Stone
Melhor Ator Coadjuvante – Mark Ruffalo
Melhor Roteiro Adaptado – Tony McNamara
Melhor Trilha Sonora
Melhor Design de Produção
Melhor Fotografia
Melhor Cabelo e Maquiagem
Melhor Figurino
Melhor Montagem
Serviço
Pobres Criaturas
Estreia nesta quinta (1º) nos cinemas
Classificação indicativa de 16 anos
