Inquieta Cia. cria um bar despedaçado na montagem “Tchau, amor”

A Inquieta Cia. reúne elenco de quatro artistas da cena para a composição do seu novo espetáculo “Tchau, amor”. São eles: Geane Albuquerque, Gyl Giffony, Melindra Lindra e Well Fonseca, vivem as personagens dessa ficção.

O coletivo artístico envereda uma vez mais por uma criação autoral, criada a partir de experiências e jogos em sala de ensaio, e estruturada pela dramaturga e diretora Andreia Pires. Como ponto de partida ela propôs ao grupo a leitura do livro de Julio Cortázar, “O Jogo da Amarelinha”, uma obra que propõe caminhos de leitura, para passear por escritos que sugerem algo além do que se diz nas palavras.

Segundo Andreia, “lá naquelas páginas, no modo como se organiza, instaura-se uma ação, quando a pessoa colaboradora, faz sua escolha, tornando-se parte da narrativa como jogadora. Iniciamos uma pesquisa cênica inspirada nesse projeto de jogo, de salto e invenção, até percebermos que nossa cena se tornou algo em suspensão, como o momento do jogo de amarelinha, que se joga a pedra e antes de chegar na casa, não temos como ter certeza que ela cairá no local planejado”. Dessa observação, emerge o espetáculo “Tchau, amor”, que estrutura uma narrativa recortada entre acontecimentos e expectativas que se passam entre quatro personagens que convivem num bar. A co-dependência entre a Dona do Bar, o Garçom, a Cliente e o Seresteiro é um dos focos do argumento da peça que em sua trama apresenta o ímpeto e o vazio daquelas e daqueles que buscam manter relação e interesse entre si. As perspectivas dessa dramaturgia são móveis, como a vida.

Na trama, quatro pessoas convivem num bar. A Dona. O Seresteiro. O Garçom. A Cliente. As Coisas. Um jogo de tentativas e riscos. Um caminho em labirinto como uma perspectiva móvel no que diz respeito à vida.

Uma das personagens ameaça sair. Daí, amor, relações de oposição e extrema co-dependência fazem notar que não é possível seguir sem as quatro paredes que sustentam essa ficção.

A montagem estreou em 2022, no Teatro Dragão do Mar, permanecendo em cartaz no mesmo teatro, apresentou também no Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga, no Festival de Teatro de Fortaleza e na Bienal Internacional de Dança do Ceará.

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