J. Simões propõe uma nova maneira de morar em Fortaleza

Confira os melhores momentos em vídeo e a entrevista na íntegra: 

Com 33 anos anos de mercado, a J. Simões mudou o foco de atuação algumas vezes – começou com obras industriais, segmento no qual ergueu 450 mil m² no Ceará; passou para grandes instalações comerciais; passou a fazer estruturas de concreto para outras construtoras e finalmente chegou ao mercado imobiliário. Agora, prepara uma guinada que vai muito além da mudança na identidade visual: a aposta na J. Smart, uma nova linha de apartamentos compactos e inteligentes, que compartilham áreas de lazer e serviços e diminuem custos ao instituir a conceito pay per use em condomínios.

Até 2021, serão sete empreendimentos com 800 unidades e Valor Geral de Venda de no mínimo R$ 250 milhões. Com unidades entre 35 m² e 60 m², além de opções modulares (unindo dois ou mais apartamentos), e preços a partir de R$ 299 mil. Os condomínios previstos localizam-se em terrenos disputados (ruas Vicente Leite, José Vilar, Dom Expedito Lopes, Carolina Sucupira e Desembargador Leite Albuquerque, na Aldeota; Caio Cid, no Guararapes, e Tenente Benévolo, no Meireles), trazem uma série de inovações tecnológicas – como, por exemplo, abertura das portas por QR Code – e prometem custos até 40% menores.

Para o fundador da empresa, José Simões, os Smart são “uma solução urbana, com apartamentos muito inteligentes, sofisticados e perfeitos para uma nova realidade de moradia”. O empresário toca o projeto junto com o filho, Daniel Simões, diretor da comercial da companhia e entusiasta dessa nova maneira de viver, que incorpora o conceito de coliving: “eu brinco que todo mundo nasceu em um coliving: tinha o próprio quarto, mas assistia televisão na sala e fazia refeição na cozinha”.

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José e Daniel Simões

A J. Simões vai fazer 33 anos de fundação. No entanto, não começou com obras residenciais. Como foi a história da empresa?

Começamos a sair das indústrias e fomos para obras privadas, explorando o nicho comercial. Fizemos obras em Brasília, Recife, Salvador, São Luís, Belém, Natal… fizemos obras com 1,5 mil trabalhadores. Depois focamos na parte de estrutura de concreto. Tínhamos toda uma estrutura industrial mesmo, bomba de concreto, central de corte e dobra, todo o maquinário pra isso. Depois, entramos no ramo imobiliário e estamos até hoje.

Olhando pra trás, o senhor considera que tomou a decisão mais acertada ao entrar no ramo imobiliário?

Eu sou muito inquieto, gosto de estar sempre mudando, buscando coisas novas. Não gosto de fazer o que fiz ontem. Ontem, pra mim, já passou. Quero ver o amanhã! Então, estou sempre buscando o novo. Sempre digo para os meus filhos, o Daniel e a Vivian, que só erra quem faz e às vezes você erra porque não tentou. Então, só aprende errando. Todo mundo tem que aproveitar quando erra e saber o motivo porque errou, para não repetir. Então, eu tinha que fazer e hoje a gente só faz obras residenciais.

O J Smart é uma empresa nova, uma mudança de conceito da J. Simões ou uma nova linha de produtos?

A gente sempre atuou com médio e alto padrão, apartamentos de 60 m² a 250 m². Hoje, a gente mudou a marca e estamos lançando uma nova etiqueta, a J Smart, que é uma solução urbana, um conceito novo de moradia, mas continua a mesma empresa.

A J. Simões tem a tradição de introduzir novas tecnologias, como a fachada ventilada. O J Smart é consequência disso?

Nós temos a característica da tecnologia. Eu sempre busquei novas tecnologias, acompanhar as feiras na China, na França, para ir atrás de inovação. O que eu faço no domingo é pesquisar na internet o que se está fazendo fora, na China, na Rússia, por aí vai. O meu sonho é parar de construir, eu quero ser um montador. Muita coisa ainda é artesanato e a construção não pode ser artesanato, tem que ser uma linha industrial.

Essas inovações são criadas pela própria J. Simões?

A gente cria muita coisa com a própria equipe. Antes da internet, a gente fazia concurso de ideias na construtora e abria pra quem quisesse participar, do servente ao engenheiro. Temos ideias criadas dentro da obra, por mestre de obra, que a gente usa há quase 25 anos. A nossa equipe é feita dentro de casa. A gente nunca contratou engenheiro de outra construtora, todos começaram como estagiários e ficaram aqui, com o conhecimento da própria casa.

Os próximos lançamentos devem contar com inovações tecnológicas?

Estamos querendo lançar com o J Smart, inclusive já fizemos parceria com a Votorantim, o concreto auto adensável. É supermoderno, não gera tanta vibração, não suja e não faz barulho para os vizinhos durante a obra.

Todos os próximos lançamentos serão da linha J Smart?

Para a etiqueta J. Simões nós temos um terreno de 10 mil m² no Cambeba, em que estamos desenvolvendo um empreendimento, e temos outro na Carolina Sucupira. Mas tudo vai depender de como o Brasil responde. Hoje a gente tá com vontade, mas não pode fazer uma coisa que não vai ter comprador. Temos outro na Washington Soares com 5 mil m², que também estamos estudando o que fazer. O que está em linha normal de produção são os J Smart, em seis terrenos muito bem localizados. Este ano a gente lança três e, no seguinte, os outros.

Como surgiu a ideia de lançar um empreendimento com tantos diferenciais em relação aos tradicionais?

Daniel Simões – Fizemos vários estudos, primeiro para entender a nova realidade das gerações que não estavam sendo atendidas pelo mercado imobiliário. Se a gente entender que o uso do espaço é uma curva que cresce com o tempo e diminui na terceira idade, e separar em quatro momentos de vida, eu diria que o mercado estava muito voltado para as famílias, para o segundo e o terceiro quarto de vida. Mais ou menos 80% da oferta era de apartamento de dois a quatro quartos, principalmente três, e a gente percebe que o perfil familiar mudou. Segundo o IBGE, a média hoje é de 3,11 pessoas por habitação. As famílias reduziram o tamanho e o mercado não tinha se adaptado a isso. O J Smart veio para suprir isso, atendendo com um produto inteligente, eficiente e econômico.

Quais são as principais diferenças de um J Smart para um empreendimento compacto comum?

Daniel Simões – A gente apostou em tecnologia embarcada para reduzir os custos não só do apartamento em si, mas também da manutenção. Um J Smart parte de 299 mil, o que seria um apartamento econômico nos lançamentos tradicionais. O J Smart veio para atender quem não precisa de tanto espaço. Então, a gente pegou o conceito de economia compartilhada.

De que forma esse conceito, da economia compartilhada, é aplicado?

A economia compartilhada mudou a forma como a gente consome muitas coisas, por exemplo: pra consumir música você não precisa mais comprar um disco, você paga agora pelo acesso. Mesma coisa aconteceu com a televisão, com o GPS, com os escritórios e os coworking, e com transporte e hospedagem, graças aos aplicativos. Dentro desse conceito a gente propõe uma releitura de como utilizar os espaços, ter mais eficiência. A ideia é ter unidades menores, mais eficientes, e compartilhar aquilo que é ineficiente. Por exemplo: se você não utiliza a varanda todo dia, vai ter um sky garden pra quando quiser. Se não usa a sala todo dia, vai ter um sky lounge pra receber os amigos. A lavanderia é compartilhada, as lajes de ar condicionado são fora das unidades privativas e por aí vai. A unidade privativa é pequena, mas existe todo um ecossistema complementar para as necessidades do morador. Eu brinco que todo mundo nasceu em um coliving: tinha o próprio quarto, mas assistia televisão na sala e fazia refeição na cozinha.

Vocês estão lançando um produto bem diferente do normalmente encontrado e que mexe com a forma como os condôminos se relacionam. Você acha que o mercado local está preparado para receber essas inovações?

Daniel Simões – Está tão preparado que vendemos quase 60% em 60 dias. A gente acredita tanto que estamos prevendo lançar mais seis empreendimentos no mesmo perfil até 2021. A mudança comportamental é muito clara, o que não tinha era produtos pensados para isso. E produtos pensados da forma correta, não pautados em conceitos antigos.

 

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