Le Monde critica atuação de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui” e brasileiros reagem

Os brasileiros se mobilizaram nas redes sociais contra uma crítica negativa do jornal francês Le Monde sobre o filme “Ainda Estou Aqui”. No texto, o crítico Jacques Mandelbaum classificou a atuação de Fernanda Torres como “um tanto monocórdica” e criticou o enfoque em Eunice Paiva, dizendo que a produção “passou com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário”.

A repercussão foi imediata. Muitos brasileiros invadiram as redes sociais do Le Monde, deixando centenas de comentários em português em posts diversos no Instagram. Os comentários variam entre elogios à carreira de Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro, e ataques ao filme francês “Emilia Pérez”, apontado como um possível concorrente de “Ainda Estou Aqui” ao prêmio de Melhor Filme Internacional.

“Tô vendo que o Brasil tem mais uma página pra derrubar”, escreveu um internauta. Outros ironizaram: “Pão de queijo é melhor que croissant”. Um usuário rebateu o argumento do texto: “Por acaso vocês são brasileiros pra definir o que é ‘suavizar’ a ditadura? Por acaso vocês estavam aqui?”. A resposta reflete o tom indignado dos brasileiros ao criticarem a avaliação.

Apesar das críticas do Le Monde, “Ainda Estou Aqui” foi amplamente elogiado por outros veículos franceses. O jornal Libération destacou a força e a emoção do longa, enquanto a Cahiers du Cinéma elogiou sua sutileza e importância na transmissão de memórias históricas. O Le Figaro considerou o filme uma “narrativa histórica cativante”, enquanto o Positif resumiu: “Uma obra intimista e universal”.

O filme, dirigido por Walter Salles, já alcançou três milhões de espectadores e foi selecionado para mais de 50 festivais ao redor do mundo. Ele narra a história real de Eunice Paiva, advogada e mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, que passou quatro décadas buscando respostas sobre o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar no Brasil. Baseado no livro de Marcelo, “Ainda Estou Aqui” continua a conquistar audiências e trazer visibilidade para o passado político brasileiro.

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