Há quatro anos surgiu, com o RioMar, um novo conceito de centro comercial em Fortaleza. Além das grandes proporções, dos cinemas modernos, da forte aposta no setor de alimentação e do mix de lojas com marcas exclusivas, o shopping traria uma série de residenciais para o entorno e requalificação urbana para uma região até então degradada. Além disso, a atuação do Instituto JCPM (IJCPM), com capacitações gratuitas voltadas para o varejo e inserção de jovens das comunidades vizinhas aos shoppings no mercado de trabalho.
Anos depois e com um outro empreendimento de grande porte atendendo mais uma região da cidade – o RioMar Kennedy -, além de 6,9 mil jovens qualificados e 3,4 mil oficinas realizadas pelo instituto, o Grupo JCPM anuncia novas operações e a diversificação das operações em ambas as unidades.
De acordo o vice-presidente operacional, Marcelo Tavares de Melo Filho, neto do fundador do grupo, João Carlos Paes Mendonça, os shoppings da rede RioMar devem seguir apostando em “alimentação, saúde, serviços e eventos, e se consolidarem cada vez mais como hubs sociais”.
O executivo anunciou ainda que, em 2019, na unidade do Papicu, serão abertas 40 novas operações, além de 20 quiosques, que se somarão às 384 já existentes. Entre as novidades, marcas como Hard Rock Café, KFC, Amor em Pedaços, Samsonite, Paris 6, Casa do Pão de Queijo, Mandala, Preçolândia e restaurante Jerônimo. Em 2018, a despeito da crise econômica, foram abertas 35 lojas e 26 quiosques.
Já o shopping do bairro Presidente Kennedy possui 149 operações (20 lojas e oito quiosques abertos em 2018), e previsão de 20 novas lojas e 10 quiosques para o ano que vem. São eles Kina do Feijão, Livraria Nobel, Laser Clínica, Tim, Clube 99, Blinclass, Imune Vacinas e Handara.
O grupo JCPM atua no Ceará há quatro anos. Qual a sua avaliação deste período?
Foram quatro anos de desafios grandes. Fortaleza é um mercado difícil, mas a gente lutou muito e aprendemos muito com ele. Nós chegamos com um produto diferente, outro perfil de shopping center e um mix que até hoje a gente vem trabalhando para melhorar, ajustar cada vez mais às expectativas daqui. Temos também o desafio de entender os hábitos de consumo da cidade, que é diário.
Vocês chegaram em 2014 com um equipamento inovador, que provocou transformações urbanísticas nos arredores, para concorrer diretamente com um grupo local, de peso e que dominava o mercado de shoppings há décadas. Quais foram as peculiaridades que vocês enfrentaram neste processo?
A gente sempre vai muito em cima do que as pesquisas apontam, embora já fosse o nosso objetivo ter um equipamento do porte do RioMar nas três principais capitais do Nordeste. Iniciamos há 12 anos com o Salvador Shopping, com o RioMar Recife há seis anos e, há quatro, com o RioMar Fortaleza. Nessas pesquisas que já vínhamos fazendo há um bom tempo, constatamos que a cidade comportava um equipamento desse porte. E com relação à concorrência, ela é muito leal, muito saudável. Acho que tem mercado pra todo mundo. Como a gente entrou em Salvador com um player local muito forte, em Recife também tinha um player com essa dimensão também, então já tínhamos experiência. E os estudos apontavam que, de fato, a cidade tinha espaço para mais um equipamento do tipo, o que se confirmou.
A estratégia do grupo JCPM para os próximos anos é expandir ou consolidar os empreendimentos que já existem?
Nosso desafio, de fato, é consolidar. Acho que a gente tem um trabalho interno muito grande, temos participação em 12 empreendimentos, majoritariamente no Nordeste, e um em São Paulo. O grande desafio para os próximos dois anos é focar nisso, no que a gente pode melhorar, no que a gente pode trazer de diferente, que agregue valor para o nosso cliente e para o nosso lojista. Este aspecto já havia sido pensado lá atrás, de fazer os empreendimentos e qualificá-los cada vez mais.
O que os clientes de ambos os shoppings – RioMar Fortaleza e Kennedy – podem esperar para 2019?
A gente começou a focar, ainda para este ano, nos grandes empreendimentos, na parte gastronômica. Não apenas gastronomia, mas saúde e serviços. Essa é uma tendência não apenas nossa, mas geral. Acho que o segmento de shopping, tanto em caráter nacional quanto internacional, está caminhando pra isso, ser um hub social, de convivência, não apenas um centro de compras. Então, a gente fica muito atento a isso, a essas novas tendências de mercado.
O RioMar Fortaleza tem se destacado pela promoção de eventos e shows, inclusive aproveitando as áreas externas. Esses eventos devem continuar ocorrendo em 2019?
Acho que tem que seguir na mesma linha. Antigamente, os shoppings eram apenas centros de compras, mas esse conceito mudou muito. Hoje são espaços de convivência, verdadeiros hubs sociais. A gente tem que apostar nisso, trazer ocupações diferentes, não só de eventos, como de serviços também. E acho que é uma tendência, um caminho sem volta. Cultura e shows estão no nosso radar. Estamos discutindo sempre novas ações nesse sentido.
O IJCPM já qualificou para o mercado de trabalho mais de 24 mil jovens, considerando todas as praças em que o grupo atua. As capacitações devem continuar centradas no varejo?
O Instituto JCPM também está bem consolidado, e tem ainda espaço pra crescimento. A gente está discutindo o que podemos implementar de novo, e estamos visando a área de formação em tecnologia, que é o presente e será o futuro da educação. O instituto vem atuando fortemente. Onde tem empreendimento, o instituto trabalha priorizando as comunidades do entorno.