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Com quase nenhuma estrutura, mas muitas ideias na cabeça, o então estudante de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcos André Borges, e dois colegas de faculdade, inauguraram no Estado um novo segmento de empresa de serviço, o de comunicação corporativa – quando ainda nem se falava nesse termo.
A ideia era trazer para cá serviços que estavam a pleno vapor no Sudeste e no Sul: projetos editoriais, assessoria de imprensa e clipagem para grandes instituições. 30 anos depois, a VSM Comunicação segue como uma das líderes do segmento e investindo cada vez mais em comunicação digital.
Para Marcos André, o futuro do setor está não apenas na migração para a comunicação digital, mas também no atendimento personalizado para cada cliente e, principalmente, na relação que as agências de comunicação corporativa estabelecem entre as instituições clientes e seus públicos, para gerar resposta com qualidade e agilidade.
Por ocasião das suas três décadas de fundação, a VSM tem promovido uma série de ações, que vão desde o lançamento de uma nova identidade visual à palestra sobre ajuste fiscal e retomada do crescimento proferida pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
Como você entendeu que poderia ter sucesso inaugurando um segmento novo?
Naquela época, com 17 anos e ainda estudante de jornalismo, comecei a vislumbrar de forma empírica mesmo, sem nenhuma pesquisa científica, que no eixo Rio-São Paulo o segmento de comunicação corporativa estava começando a bombar. Então, com essa sinalização de mercado e pela ambiência favorável, porque na época o Ceará começou a viver um período de forte industrialização, na época do primeiro governo Tasso Jereissati, vislumbrei que tinha demanda reprimida e potencial a ser explorado.
Você começou a empresa sozinho?
Na época eu comecei com mais dois colegas de faculdade. A gente começou de uma forma bem rudimentar mesmo, éramos novos e o segmento era novo também. Tivemos várias dificuldades para implementar um novo conceito, uma nova atividade que não existia. As pessoas sabiam o que era marketing, propaganda, mas não sabiam o que era comunicação corporativa. Na época era basicamente projetos editoriais, assessoria de imprensa e a clipagem.
Quais foram as principais mudanças ao longo desses 30 anos, tanto em tecnologia, quanto no mercado de comunicação do Ceará?
A gente começou com o telex. Veio o fax, que todo mundo achava que ia ser a revolução e hoje estamos na internet. É uma diferença abissal da tecnologia de 30 anos atrás para o que é hoje. Tanto é que hoje a gente se coloca no mercado como agência on line e off line e temos investido fortemente em copyrigth, SEO, inbound marketing (marketing de conteúdo). A gente usa muita inteligência artificial também para mensurar os resultados dos nossos clientes e balizar as decisões que são tomadas nesse sentido. É uma mudança de tecnologia e de posicionamento das próprias agências, as empresas são obrigadas a se atualizar com esse novo cenário.
A quê você atribui o sucesso da VSM?
A empresa acabou levando um pouco do meu DNA, essa coisa do inconformismo no bom sentido, de nunca me conformar com o que está posto, de sempre buscar fazer algo diferente no mercado. A gente não fica na zona de conforto. Outra questão é trabalhar o nosso cliente de uma forma customizada. Hoje em dia eu vejo as pessoas trabalhando como se tivessem lidando com commodities, como se fosse algo que pudesse replicar em massa, e não é. Então a gente busca trabalhar de forma muito voltada para as necessidades e as peculiaridades dos segmentos específicos em que nossos clientes atuam. São ações que fazem diferença no mercado, como por exemplo as nossas reuniões semanais de avaliação e planejamento, onde a gente faz um benchmarking com os casos dos clientes, e experiências que deram certo em um a gente adapta para aplicar em outro. Fazemos crossmarketing também, nos colocamos como elo entre os nossos assessorados para essas ações.
Você concorda que muitas vezes a comunicação é vista como um setor secundário para grande parte das empresas?
Eu acho que isso está mudando, as pessoas já vêem a comunicação como investimento, não só como custo. O empresário natralmente tem a tendência de raciocinar em Excel e achar que tudo é planilha, mas existem muitas outras variáveis que as planilhas não detectam, são valores intangíveis. A reputação, que é o foco do nosso trabalho, é o ativo mais importante de qualquer instituição, pública, privada ou até de indivíduos.
O que você vislumbra como futuro da comunicação corporativa?
A comunicação corporativa tem que estar cada vez mais alinhada com os novos conceitos da comunicação on line e mais preparada para o tempo de resposta. A instantaneidade é uma coisa inevitável e um grande desafio para as empresas é fazer com qualidade em menos tempo. A gente não pode também, em função da instantaneidade, prejudicar a entrega, a qualidade do serviço. Acho que o grande desafio hoje é aliar esses dois aspectos. As fake news, por exemplo, geram uma crise de imagem – e gerenciamento de crise é uma área que a VSM tem muita expertise – e é preciso fazer todo um trabalho de contrainformação, não mais somente nas mídias tradicionais, mas principalmente no ambiente digital, inclusive nas mídias mobile. Mas tem que fazer isso de uma forma profissional, sabendo pra quem está falando, como vai falar e em que tempo.
Qual foi o maior desafio enfrentado nesses 30 anos de VSM Comunicação?
Acho que foi o mesmo desafio da grande maioria das empresas brasileiras: a instabilidade política e a insegurança jurídica, que acabam refletindo no cenário econômico. Mas não vou ficar colocando responsabilidade nessas variáveis, acho que elas acabam criando um contexto mais complexo de se atuar. Mas é aí que entra a criatividade. Pensar em algo fora da curva pra conseguir ir transpondo essas variáveis.