Nova exposição da CAIXA Cultural Fortaleza, “O Amanhã Não Existe” convida a reflexões sobre o futuro

Arte e criticismo se entrelaçam na CAIXA Cultural Fortaleza com a exposição O Amanhã Não Existe. Gratuita, mostra lança um olhar poético sobre a sociedade contemporânea, questionando hábitos humanos e a relação com o meio ambiente

Onivaldo Neto
onivaldo@ootimista.com.br

O artista francês Denis Rouvre apresenta a exposição fotográfica O Amanhã Não Existe na CAIXA Cultural Fortaleza. Reunindo mais de 50 fotografias produzidas no Ceará, a mostra recém-inaugurada convida o público a uma profunda reflexão sobre o futuro da humanidade e a importância da sustentabilidade. Com curadoria de Rouvre e Bruno Ko, a apresentação ficará em cartaz até 20 de abril, com visitação de terça a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos e feriados, das 10h às 19h.

“A exposição é uma proposta artística e moderna de produção e exibição de fotografias. É uma exposição que apresenta uma narrativa ficcional para abordar problemas atuais do mundo e vida em sociedade. São fotografias documentais e imaginárias, com uma rica criação artística por trás de cada obra. O amanhã não existe é uma viagem, entre o real e o imaginário, entre o passado e o futuro. É um convite para sonhar diversos mundos possíveis”, conta Bruno Ko.

Nas obras de Rouvre, personagens inventados e reais, vestidos com figurinos criados a partir de resíduos e elementos da natureza, são apresentados como heróis, celebrando a força do espírito humano. A jornada visual da exposição é contada em quatro capítulos. O primeiro deles, O dia seguinte, transporta o público para a paradisíaca Jericoacoara, onde a população prosperou ao utilizar o lixo devolvido pelo mar e material orgânico produzido pelo meio ambiente.

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(Foto: Divulgação/Denis Rouvre)

“A viagem continua com A nova humanidade; uma série de fotografias feitas depois do caos na megalópole de Fortaleza, que fala da vaidade de uma sociedade de consumação, com sobreviventes que vão se reinventar, com o que o mundo deixou pra eles. Depois chegamos na história d’O Divino que se revela; são retratos da mesma pessoa modificada, que encarna divindades inspiradas na natureza. A viagem acaba com A linha que se dissolve, dentro da comunidade do Pirambu, mostrando que toda essa distopia e imaginação não estão distantes do mundo atual”, descreve o curador.

Além disso, a expografia foi pensada com a montagem de paredes altas para causar no público a sensação de estar dentro de um labirinto. A proposta, segundo Bruno, é que haja um caminho com várias direções, com separação de seções onde o público possa se surpreender e se impressionar com a riqueza de temas e detalhes de cada fotografia, propiciando assim um maior tempo de observação.

“A curadoria foi feita em quatro projetos dos nove que o artista já produziu no Brasil, para que elas se comunicassem com o tema. As fotografias produzidas em telas grandes de 80×80 e 100x80cm, trazem a sensação de imersão e profundidade, apresentando riqueza em detalhes da criação artística, utilizando resíduos do lixo e da natureza. É uma proposta artística e moderna que usa fotografia, moda e reciclagem para abordar problemas atuais, sendo uma grande fonte de referência para estimular a produção artística local”, comenta Bruno.

Para o curador, a principal mensagem que a exposição busca transmitir é que: “Nada é mais importante que o presente. Hoje é o dia pra viver e sonhar. (…) o fotógrafo nos convida a refletir sobre o ser humano, a emancipação, o renascimento, a sociedade da consumação (…). ‘Quais ações podemos fazer no presente para melhorar nossas relações e o impacto que deixamos no mundo?’ A luta faz parte da jornada intrínseca humana, e que em cada luta, existe a possibilidade de renascimento”, pontua.

Além das fotografias produzidas no Ceará, a exposição conta com uma área dedicada ao intercâmbio cultural, apresentando mais de 150 obras de Denis realizadas ao redor do mundo. Essa seção tem como objetivo apresentar ao público a trajetória artística do fotógrafo e sua conexão com o Brasil.

Ações formativas

Os visitantes terão ainda a oportunidade de interagir diretamente com o artista Denis Rouvre em palestras sobre a concepção e o significado de O Amanhã Não Existe, e visitas guiadas exclusivas. Paralelamente, também serão oferecidas oficinas de fotografia de rua com o curador Bruno Ko e Igor de Melo, e de retratos com Thiago Braga. Mais informações sobre as ações formativas estão disponíveis no site da CAIXA Cultural.

serviço

Exposição O Amanhã Não Existe
Aberta até 20 de abril
Visitação de 10h às 20h (terça a sábado); 10h às 19h (domingos e feriados)
Na CAIXA Cultural Fortaleza – Avenida Pessoa Anta, 287 – Praia de Iracema
Entrada gratuita

 

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