Polêmica no Oscar: “O Brutalista” e “Emilia Pérez” utilizam IA para alterar sotaque e web critica

As produções “Emilia Pérez” e “O Brutalista”, ambas cotadas para o Oscar deste ano, têm gerado polêmica por recorrerem à inteligência artificial (IA) para modificar o sotaque e o canto de seus atores. As ferramentas utilizadas são da Respeecher, uma empresa ucraniana já conhecida em Hollywood, que ganhou destaque por clonar a voz de James Earl Jones, o lendário Darth Vader, com autorização do próprio ator.

No drama “Emilia Pérez”, um musical, aplicou a mesma tecnologia para alterar a voz da atriz Karla Sofía Gascón nas performances musicais. A IA combinou seu canto com a voz da cantora francesa Camille, coautora das canções do filme, permitindo a ampliação do alcance vocal de Gascón. Essa prática levantou críticas sobre a autenticidade das performances, embora a equipe de produção defenda que a tecnologia serviu para enriquecer o resultado final.

Já em “O Brutalista”, a IA foi usada para aprimorar o sotaque húngaro de Adrien Brody e Felicity Jones, intérpretes de um casal que migra para os Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Segundo o editor do filme, Dávid Jancsó, mesmo com treinamento especializado, a pronúncia de ambos não atendeu às expectativas. Para solucionar o impasse, Jancsó utilizou o software Respeecher, adaptando falas gravadas e ajustando fonemas para aproximar a performance do sotaque húngaro autêntico.

A iniciativa reacendeu debates sobre os limites da atuação humana versus o papel da tecnologia no cinema. Algumas produções buscam se posicionar contra a tecnologia. O filme “Herege”, por exemplo, encerra com um aviso orgulhoso de que nenhuma ferramenta de inteligência artificial generativa foi utilizada em sua realização.

RELACIONADOS

PUBLICIDADE

POPULARES

t>