Surgida em meados do século XIX, o tratamento como conhecemos hoje traz uma série de benefícios para quem sofre de dores. Especialista explica o tratamento e aponta a importância de um acompanhamento clínico completo
Danielber Noronha
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Imagine o alívio de estalar os dedos, só que no corpo todo! Esta é a definição dada por quem passa por uma sessão de quiropraxia, área da saúde focada em reequilibrar o corpo e promover a saúde por meio de ajustes articulares e manipulações. E quem fez da prática parte da sua rotina de relaxamento – inclusive famosos – relata que o corpo responde bem aos estímulos musculoesqueléticos.
Embora tenha surgido ainda nos meados do século XIX, nos Estados Unidos, a quiropraxia tem ganhado destaque como uma abordagem eficaz para aliviar dores e melhorar a qualidade de vida. É voltada para o diagnóstico, tratamento e prevenção de problemas no sistema neuro-músculo-esquelético. Seja para tratar dores na coluna, hérnias de disco, dores de cabeça ou tensões musculares, a quiropraxia oferece uma alternativa abrangente e natural para diversos problemas.
Segundo o quiroprata Filipe Gonçalves, da clínica Ajustar, a técnica visa tratar disfunções articulares, também conhecidas como complexo de subluxação vertebral, que podem ser causadas por movimentos repetitivos, posturas inadequadas e até mesmo o desgaste natural do corpo ao longo do tempo. De uma forma simples, “o desalinhamento articular é como se fosse uma mangueira que estava dobrada. Ali não está passando água como deveria passar. Então a quiropraxia é responsável justamente por desdobrar essa mangueira e fazer com que o fluxo de água volte a passar”, explica o profissional.
O diagnóstico quiroprático é realizado de forma minuciosa e personalizada. Através de entrevistas, exames clínicos detalhados e testes neurológicos, o profissional avalia a condição do paciente e determina o tratamento mais apropriado. Exames complementares como radiografias podem ser solicitados para embasar o diagnóstico.
O tratamento quiroprático utiliza diversas técnicas para promover a restauração da mobilidade articular e alívio das dores. Um dos métodos mais conhecidos é o ajustamento, uma manipulação precisa e indolor das articulações afetadas. Além disso, técnicas como os pontos gatilhos podem ser empregadas para tratar tensões musculares. A reabilitação é uma parte importante do tratamento, com orientações para exercícios específicos e posturais. Mas vale salientar, segundo o quiropraxista, que isso não é trabalho para apenas uma sessão. “A gente trabalha lesões que são causadas durante muitos e muitos anos e a quiropraxia vai precisar, sim, de um certo tempo para fazer o músculo voltar o mais próximo possível a um padrão. Consequentemente, a gente vai reduzir a dor, os processos inflamatórios e tratar o que está causando o problema do nosso paciente”, enfatiza Filipe.
A quiropraxia não tem restrições de idade: desde recém-nascidos até idosos podem se beneficiar. Problemas como dores na coluna lombar, hérnias de disco, enxaquecas e dores articulares são algumas das indicações para esse tipo de tratamento. A frequência das sessões varia conforme a condição do paciente, mas é comum observar melhoras significativas em um período de um a três meses.
Além de tratar dores existentes, a quiropraxia enfatiza a prevenção. Incentiva a manutenção de uma boa postura, a prática de exercícios específicos e um estilo de vida saudável para evitar futuras disfunções.
O tratamento, quando realizado por profissionais qualificados, oferece riscos mínimos. Por isso, antes de buscar esse tipo de tratamento, é essencial verificar a formação do quiropraxista, assegurando-se de que ele esteja apto a oferecer cuidados de qualidade e segurança. “Todos que têm interesse em fazer uma avaliação façam sempre com um profissional graduado em quiropraxia. São raríssimos os casos que a gente não pode fazer nenhum tipo de procedimento, visto que o curso de graduação tem cinco anos de duração e é bem específico para que a gente possa trabalhar com bastante segurança”, alerta.
Sobre estalar dedos
Filipe Gonçalves alerta, ainda, sobre a prática de estalar os dedos com frequência. Ele afirma que a constância da prática pode gerar desgastes que, na quiropraxia, são difíceis de resolver. “A gente não consegue fazer a correção cem por cento desse processo de desalinhamento. É como se tivesse uma articulação com restrição e a gente não conseguisse movê-la. Isso vai gerando pequenos desgastes nesses locais que estão sendo movimentados de forma errada”, explica.