Sérgio Macêdo comanda renovação da Coopercon para superar a crise

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Enfrentar a grave crise do setor imobiliário buscando soluções integradas para comprar mais e melhor: este é o desafio que o engenheiro civil Sérgio Macêdo têm à frente desde maio, quando foi eleito presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon).

Com 33 anos de experiência em obras, Sérgio é sócio da Base Incorporação e Construção, empresa voltada para o segmento de médio e alto padrão residencial, e atua nas entidades de classe há 19. Além da Coopercon, onde era diretor há 11 anos, acumula a Diretoria de Indicadores do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon).

Sérgio Macêdo tem como foco do seu biênio como presidente da Coopercon unir departamentos de suprimentos de grandes construtoras, lançar um novo portal de compras conjuntas e atrair segmentos como Minha Casa, Minha Vida. “O objetivo principal hoje é impulsionar os negócios da cooperativa, trazer mais gente para as negociações, que a gente pode elevar o patamar de negociação a níveis que tínhamos antes dacrise”, resume.

Sérgio Macêdo foi eleito presidente da Coopercon para o biênio 2019-2021

Qual a maior dificuldade na retomada do mercado imobiliário cearense e como você projeta que seja no fim do seu mandato?

Pra responder isso eu tenho que falar do Emanuel (Capistrano, presidente da Mota Machado), que passou um sufoco muito grande porque pegou a crise durante todo o seu mandato. Ele fez uma reformulação na cooperativa para que a gente pudesse suportar a crise. E o objetivo hoje é fazer com que a cooperativa volte a ser um balcão de negócios, que a gente volte a falar somente de negócios. O setor da construção civil está meio parado e todo mundo sabe, nessa última crise o setor imobiliário foi o maior sacrificado. Queremos que, na nossa reunião de toda terça-feira, voltemos a falar só em compra, negociação e menor preço. Espero que isso aconteça a partir de meados de 2020.

Como vai se dar a integração do Sinduscon e da Coopercon na mesma sede?

Essa integração já deveria ter havido há muito tempo. O Sinduscon nos cedeu um espaço e cerca de 90% dos nossos diretores também são dirigentes do Sinduscon, então vai ser muito mais fácil integrar as ações, chegar perto de outros construtores sindicalizados. A operação continua independente, até porque a cooperativa é negócio e o sindicato o braço político. O que vai acontecer é termos mais acesso aos segmentos de obras públicas e Minha Casa, Minha Vida, por exemplo.

Existe uma expectativa de expansão do número de cooperados na sua gestão?

Temos 90 cooperados, não temos um objetivo fechado sobre quantas empresas queremos ter. Acho que o importante do processo é as empresas que estão no sindicato verem o que é feito na cooperativa e trazê-las para fazer negócio. Uma das metas do nosso planejamento estratégico é ampliar o número de cooperados em 10%. Acho que a visibilidade de estarmos funcionando no Sinduscon vai permitir que a gente chegue no fim do mandato com 100 cooperados.

Atualmente, qual é o segmento que reúne o maior número de cooperados e de qual  segmento a Coopercon quer atrair mais associados?

Hoje a maior parte dos cooperados é de médio e alto padrão. Já fizemos uma apresentação para o setor de Obras Públicas do Sinduscon, estamos em um processo de atrair empresas deste setor e do MCMV, que hoje é o maior mercado do Brasil. Hoje eles fazem muitas compras em grupos separados, queremos fazer uma unidade de negócio MCMV dentro da Coopercon.

Além do fortalecimento das compras conjuntas, quais são as outras ações prioritárias para a Coopercon?

Estamos trabalhando em um outro projeto também, antigo, que é o portal de compras. Na verdade, já está funcionando com alguns produtos, mas estamos montando um formato diferente que deve ficar pronto até o fim do ano. Também queremos formar um grupo com 10 construtoras, além da diretoria, negociando preços para todo o setor com os seus departamentos de suprimentos. Um grande passo que nós já demos foi trazer o setor de suprimentos de grandes empresas para dentro da Coopercon. Foi uma ideia do Otacílio Valente, e trouxemos os gerentes de suprimentos da Colmeia, da Engexata e da J. Simões para trabalhar aqui dentro, três vezes por semana, fazendo negócios para as suas empresas e para as cooperadas.

Como fica a questão da concorrência, já que as construtoras passam a conhecer melhor as demandas umas das outras?

Não precisa competir na compra, tem que competir é na venda, a hora da compra é para unir. A gente tem que comprar melhor, fabricar nosso produto mais barato e vender por um preço mais competitivo. Com as compras conjuntas, todo mundo sai ganhando.

A Base tem lançamentos previstos para 2019?

Nós estamos priorizando as conclusões no momento. Entregamos três produtos desde 2018 – o Unique, com três torres, que se tornou um ícone em Juazeiro do Norte, e dois em Fortaleza. Um é o Essenza, no Cocó, com 42 apartamentos de 125 m², e o outro é o Bartelle, com 40 apartamentos de 205 m², na Aldeota, que está 95% vendido. De agora em diante, vamos continuar pensando em novos lançamentos para superar a crise, sempre entendendo o que mudou no mercado.

 

 

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